Armagedão literário


Providenciem-me com gasolina e álcool fervente!

Hoje passei por uma livraria e deu-me uma vontade visceral de incendiar todas aquelas obras fúteis e frívolas de cariz anglo-saxónico.

Aqueles romances inúteis e de sentimentos banais traduzidos do Inglês com centenas de páginas.
Aquela vadia Inglesa escreveu um livro de fantasias para putos imbecis com educações imbecis e rendeu milhões. Agora tenho que mamar com uma inundação visual com enormes cartazes na minha cidade.
Gasolina e álcool para todos esses livros.

Permaneçam intocáveis a Bíblia, as obras magnas e os meus versos!
Que fiquem incólumes, os pessoanos, os de Florbela, de Bocage e de Ary, assim como os Lusíadas; dos poucos estrangeiros, preservem o do Inglês Guilherme, do eslavo Fiódor e do Germano Goethe, assim como do itálico Dante, queimem tudo o resto porque é severamente frívolo e fútil. Guardem Voltaire!

Passei por uma feira do livro e percorreu-me uma vontade visceral de queimar toda aquela frivolidade. São livros inúteis, de medíocres engravatados que falam em como gerir a sua medíocre empresa, ou daquelas aristocratas do novo mundo que se deliciam em transcrever as suas levianas viagens pelo Oriente e falam de Budismo e afins.

Gasolina e álcool para todos eles.

Os livros que vejo metem dó, queimem-nos para pó,
Apenas é magna a Poesia
A Sua magnânima literacia

Mas não daquela medíocre e fácil insípida sem sonoridade que provém das novas ondas modernas do novo mundo, tudo isso é fraco e insignificante.

Só Camões é Magno!

As capas dos livros que vejo estão prostituídas com imagens inúteis. As Palavras dos livros que vejo estão inundadas e maculadas com anglicismos sujos e nojentos.

Vejo mas não ouso ler, pois os livros que vejo não merecem ser lidos, desprezo-os!

Inundam-me e enjoo-me com tanta banalidade visual nas suas capas!

A Bíblia não tem imagem na capa, tem apenas o símbolo, os caracteres, a Palavra.

Já não se liga à Palavra, ao ego, ao interior, invadem-nos os princípios anglo-saxónicos da imagem sempre fútil, viciosa e enganadora.

À Mulher de César não é preciso ser, basta parecer!

Vestem-se de fato e gravata, riem-se com as mediocridades que propalam entre si e apresentam-se fleumáticos perante os outros. Corrompem, ludibriam e corroem a Humanidade.
Depois escrevem livros fúteis que não merecem leitores, mas apenas gasolina inflamatória.

E quanto mais cópias, mais gasolina.

Escrevem sobre o efémero, sobre o circunstancial, sobre uma baliza temporal presente muito estreita, escrevem sobre as circunstâncias dos meios de comunicação social.

Não haverá escritores que se preocupem com a essência intemporal e perene, metafísica e transcendental que afecta a Humanidade? Já não há Filósofos, e os que se fazem passar por homens do pensamento intrigam-se sempre com banalidades atrozes.

Se os houvessem não haveria matrimónio infértil entre homossexuais!
Se os houvessem não seria autorizado a uma mulher matar o seu próprio filho!

E foi porque à mulher de César bastou parecer, não sendo preciso ser, que César acabou assassinado pelos seus patrícios!

Até tu Brutus!

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