A decadência do Império



Roma foi a capital do meu império
Roma é algo que não esqueci
Roma faz parte do pretérito
Roma escolheu o caminho que não escolhi

Roma ao contrário é Amor
Roma faz parte do passado
Roma deu-me prazer, dá-me dor
Roma deixou-me o espírito fustigado

Sem Roma instalou-se-me o caos no mundo
Sem Roma o império desmoronou-se
Sem Roma o civilizado foi ao fundo
Sem Roma o Bárbaro elevou-se

E eu sublimo Roma, porque a amei
E eu escrevo Roma, porque eu sei
Que se a escrever fico calmo
E não procuro nenhum alvo
Para largar a minha fúria
Por ter sofrido tal injúria

E o meu Nero incendeia Roma no tempo
Para que se perca nos horizontes da memória
Mas a mágoa não se apaga com o vento.
Nova Era vem, Roma passa à história

Dirijo-me aos caminhos do contemporâneo
De Roma, resta-me o desejo momentâneo
Mas prossigo, vivo o dia de cada vez
Elevo o falo, a virilidade e o três
Coloco os chifres, e elevo a altivez
Penetro em rias, abro o canal do Suez

Prossigo, sigo e caminho
Adoro a vida, é este o meu hino
Se esta me despreza
Sou eu quem a eleva

É que de Roma, restam ruínas
Preceitos antigos, Deusas femininas
Vénus e Baco, bacanais fecundos
E se Roma conquistou os mundos

Apenas restam parcos escritos
Pilares, templos e mitos
A Cristandade sucedeu
quando Roma pereceu

E se a Eslava, proveniente do Oriente
me ornamentou com os chifres
hirtos, longos e fixes
apenas pronunciou, o império decadente

Eu prossigo, mantenho a vida e a altivez

Porque a vida é só Uma
E a História é una



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