Quem seria o Golias no conflito israelo-palestiniano?

O estado de Israel continua a carnificina numa desproporção de forças extremamente iníqua, independentemente da violência demonstrada pelos manifestantes palestinianos ou das suas verdadeiras intenções. De um lado, temos soldados e militares com armas de fogo, do outro, até prova em contrário, temos manifestantes que arremessam pedras à polícia, fazendo uso de fisgas e mecanismos de arremesso similares. Nos países civilizados, as próprias constituições salvaguardam o princípio da proporcionalidade. Temos vários casos de manifestações violentas contra a polícia, em que esta, bem protegida com equipamento anti-motim resistente a pancadas mecânicas de variados tipos de projéteis, riposta com balas de borracha, canhões de água ou projéteis com gás lacrimogéneo. O exército de Israel riposta todavia com balas reais fazendo uso de armas de fogo.

Mas façamos uma comparação. Pelas 18 horas do dia 14 de novembro de 2012, em Lisboa em frente à Assembleia da República, e um ano e cinco meses depois de Passos Coelho ter sido eleito, uma manifestação contra o Orçamento do Estado para 2013 e com forte presença de estivadores, que à época lideravam a contestação social, terminou com uma enorme carga policial da PSP sobre os manifestantes ainda presentes no local, espalhando o caos pelas ruas envolventes. Após várias horas de arremesso de pedras, garrafas, caixotes do lixo, o Corpo de Intervenção da PSP carregou sobre os manifestantes com a ajuda de cães, tendo ficado feridos mais de uma dezena de agentes. Um foco de incêndio chegou a estar activo em frente ao Parlamento.

O que teria dito o mundo civilizado, se do topo da escadaria da casa da Democracia, a polícia tivesse disparado armas de fogo sobre os manifestantes que durante horas arremessaram pedra e projéteis de calibre similar? O que Israel fez e faz, não tem desculpa, de acordo com os mais básicos princípios da Justiça e da Proporcionalidade! Nem à luz do seu sacro Antigo Testamento, que já consagrava "olho por olho, dente por dente"; e não "olho por vista, e dente por maxila"!

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