O denominador comum da Democracia portuguesa

Eu, que sempre desconsiderei socialistas, estou triste, porque, mais uma vez, venceu o Ardil, a Demagogia e a Iliteracia. Montenegro, advogado de profissão, exímio na oratória e no rococó argumentativo, venceu a Pedro Nuno, economista de formação, cujo discurso era coerente e minimamente sério no que respeita às contas públicas (basta comparar as previsões económicas de cada programa eleitoral). 

Mortágua, por muito que me encontre nos seus antípodas ideológicos, economista de formação e com um discurso racional e humanista no que respeita à imigração, perdeu contra Ventura, jurista, um verdadeiro charlatão e pantomineiro em todos os domínios e para quem a Pathos retórica é muito mais importante que a Logos. 

O denominador comum da Democracia portuguesa, independentemente dos partidos, é que os Pantomineiros e Demagogos vencem sempre: Sócrates, Costa, Montenegro, Ventura, etc. 

Na minha freguesia - Marvila - o Chega ganhou, aliás foi a única freguesia de Lisboa onde o Chega ganhou, exatamente aquela freguesia onde há maior dependentes do estado e dos apoios sociais, onde há mais bairros sociais construídos pelo estado. 

Mas devo eu estar desiludido com a própria biologia e reação da Vox Populi? Devo eu ficar desiludido por ter sido atacado na minha própria casa, por um tigre selvagem que acolhi no meu lar, depois de o encontrar famélico e ferido na rua?