Trabalhei no Metropolitano de Lisboa no desenvolvimento de equipamentos de controlo no meu trabalho de final de curso no IST com o meu amigo e colega Ricardo Santos. No Metro há algo básico de segurança chamado "pedal homem morto". Se o maquinista não pressionar o pedal activamente (há sistemas que é um manípulo), o material circulante trava imediatamente.
Inacreditável que um funicular em via não dedicada (ou seja, partilhada com peões), em via inclinada, não tenha um sistema destes. Ademais o relatório também indica que "as evidências indicam que o freio pneumático e também o freio manual foram rapidamente aplicados pelo guarda-freio da cabina n.º 1, mas que na configuração existente os freios não têm a capacidade suficiente para imobilizar as cabinas em movimento sem estas terem as suas massas em vazio mutuamente equilibradas através do cabo de ligação. Desta forma, não constitui um sistema redundante à falha dessa ligação."
Ou seja, zero redundância de segurança numa via pública altamente movimentada e partilhada com peões. O cabo era a única estrutura de suporte.
Lamento, não há forma de não culpabilizar a CARRIS e a sua direção. O presidente da CARRIS tem de se demitir. Isto é o básico!
E a mim ninguém me tira da cabeça que isto é em parte consequência de entregarmos empresas públicas com imensas questões técnicas a advogados cuja única competência é terem um cartão partidário.
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