Escrevo-vos no 25 de Abril
no ano do Senhor de 2012
A Revolução dos Cravos, foi a morfose
que nos libertou do redil
Mas há muitas estórias por contar
Os revoltosos, que se instalaram
Houve bons tachos para dar
E a economia definharam
Os sindicalistas são neoburgueses
que só idolatram o Capital
E para os comunistas portugueses
O salário é o fundamental
3000 ganham os maquinistas,
os médicos, o equivalente
Os pilotos são os chupistas
que só dinheiro veem de frente
E dos mais bem pagos do mundo
diz o Relatório, são os professores
E gritam enraivecidos: “Somos doutores
que nos colocam no Portugal profundo”
“Não queremos ser avaliados
nas 22 horas que trabalhamos
somos neo-deuses consagrados
com a missão de ensinar os mundanos!”
E a Polícia: “Ai que desgraça,
Não temos meios, ganhamos mal!”
Com o secundário, e somente praça
ganha mais que meio Portugal
E as nossas magnas forças armadas
que combatem ferozmente o invasor
sem sair do quartel, pois estão cansadas
e não no verão, pois faz calor
"Sou funcionária pública
Trabalho muito, ganho mal"
"No orçamento, pagar-lhe é a maior rúbrica
e pobre, é Portugal"
Até Cavaco, diz que ganha mal
Qualquer dia, nem lhe dá para o pão
Concedam ao Presidente de Portugal
O Rendimento Social de Inserção
Os credores batem-nos à porta
Pum, Pum, Pum; vem aí o saque!
“Portugueses, a dívida não é letra morta
ou quereis, o cobrador do fraque?”
O sindicalista é um burguês
só o sacia, o Capital
a mesma massa que o fez,
fez o neoliberal
“Mais salários. Mais direitos!
Lutemos camaradas! Avante!”
"Mas trabalhar, não nos dá jeito
E não há emprego que nos encante"
“Portugueses! Haverá ainda esperanças?
Falo-vos de Santa Comba Dão
Gastastes o oiro das poupanças
e agora à troica, esticais a mão”
“Portugueses, tanta autoestrada fútil
O dinheiro andastes a gastar
Em obra socretina inútil
quem vos fala é Salazar”
Abril é Liberdade
É a Primavera popular
É evocar a expressividade
num país com Sol, Fado e Mar
Evoquemos o 25 de Abril
Esta efeméride nacional
que nos libertou do redil
para cumprir Portugal
Crescei Portugal! Avante!
É Hora da União
Nesta causa, que doravante
exaltar-vos-á o coração
Abençoadas gentes e esta terra
Foi Maria, quem vos pariu
Pois já ninguém mais cerra
As Portas que Abril abriu
Gostava de ver LIBERDADE expressa no funcionamento saudável do Estado Direito, no funcionamento atempado da justiça, no direito de todos ao trabalho estável e justamente remunerado, principalmente dos jovens licenciados, a liberdade do acesso tendencialmente gratuito à saúde e ao ensino, garantidos formalmente pela Constituição da República, a liberdade de podermos reivindicar direitos justos nas empresas sem sermos "dispensados", a liberdade de..., de..., onde é que elas já estão?
ResponderEliminarQuando um país perde a sua soberania económica, onde está a sua soberania como Nação livre e independente?
É bom podermos livremente expressar ideias e votar em quem queremos, mas onde está a autêntica liberdade política quando temos vindo a ser governados por aqueles que, escravos de interesses obscuros, vão espoliando o erário público, escravizando os contribuintes a impostos cada vez mais pesados que parece que caiem num saco sem fundo?
Essa liberdade é que eu quero ver!
Porque a liberdade que muitos hoje festejam não passa de uma ideia poética, cada vez mais inconsequente no contexto nacional!
Felizmente que muitos de nós podemos a cada dia festejar a autêntica liberdade interior, essa sim, independente da circunstância social e política em que nos encontramos, e do exílio de escravatura imposto por esta Troika e por tantas outras troikas que sempre se levantarão!
João Carlos Azevedo
Caro amigo, dizes tudo no teu magno texto:
ResponderEliminar"Quando um país perde a sua soberania económica, onde está a sua soberania como Nação livre e independente?"
Perdemos a nossa soberania económica porque nos endividámos para construir obra pública fútil, como por exemplo os 3000km de autoestradas que temos; porque andámos a dar ordenados à função pública que não podíamos pagar, para que esta gastasse a maioria em frivolidades importadas, agravando a nosso dívida com o exterior; perdemos a nossa soberania económica, porque andámos a pagar reformas antecipadas aos 50 anos, quando em qq país europeu é aos 65, perdemos a nossa soberania económica porque no governo Sócrates a dívida passou de 60% do PIB para os 100% do PIB.
Caro amigo, nós todos é que somos os culpados pela perda de soberania. Fomos nós que fomos chamar a troica, não foram eles que nos impuseram o empréstimo, se não nem sequer havia dinheiro para pagar coisas tão simples como salários e pensões. Tudo o resto é demagogia.
Há miséria em Portugal? Há. Há má distribuição da riqueza? Há.
80% da riqueza mundial estão nas mãos de 1% da população do mundo. Isto é muito grave e revela que pouco progresso houve na humanidade nos últimos 2000 anos. Mas as dívidas que temos como país, paguemo-las como pessoas de bem, e erradiquemos de vez os agiotas que querem lucrar com a desgraça do país.
Abraços