A minha Rainha


A minha rainha - escrito por mim à mão no meu bloco de notas
Gritavam elas enraivecidas
movidas pelo ódio profundo
o homem nobre taciturno
amava-las enternecidas

Golpeado em todas as feridas
gritou, reergueu-se ao mundo
sob o luar uivante nocturno
descortinou as sacras saídas

Aniquilará a besta
a morfose do Diabo
aos profanos já não resta

a síndrome do libertado
Sou a vossa sacra fresta
A vossa luz, o vosso fado



Não venereis a besta
Vós apenas temei-la
Vede a vossa Rainha: Ei-la
Vive uma desperta sesta

É a vossa sacra fresta
Tomai consigo a ceia
Mergulhai-a em apneia
ao vosso ego que contesta

É quem vos doutrina a liberdade
É a magna varoa do prodígio
É quem vos evoca a trindade

e liberta o frágil lígio
É o pilar da humanidade
quem vencerá o ímpio litígio

FMI, a COFIDIS da Nação


Não nos iludamos meus caros cibernautas que me auscultam, o FMI é a COFIDIS da nação, meros usurários e agiotas que à custa das nossas dificuldades e irresponsabilidades nos usurpam e nos definham as contas públicas. Trinta mil milhões de euros em juros são um montante pecuniário monstruoso! De referir reiteradamente ao Dr. Louçã que na vertente europeia são 30 mil milhões e não 30 biliões como reiteradamente gosta de proferir. Mas cinjamo-nos ao essencial, à CREDIAL da nação portuguesa. O estado português tornou-se nos últimos anos como uma daquelas famílias que estando extremamente endividadas, se deixam ludibriar por aquelas fortes campanhas semito-financeiras da COFIDIS em que o devedor pode coligir todos os seus empréstimos num único e ser literalmente sodomizado pelos agiotas durante um período extensivo de tempo.

Remetamo-nos ao busílis e á metafísica da questão independentemente do espectro político-partidário onde nos encontremos. A esquerda apelida o FMI de usurários, sendo que não posso deixar de concordar com alguns dos seus argumentos. No entanto parece que a esquerda nesta situação foi avassalada por um rasgo de amnésia aguda que a faz esquecer do passado recente. Não nos esqueçamos que o alto endividamento do estado se deveu às regalias faraónicas que a esquerda concedeu aos portugueses no período pós-revolução de Abril. Unimo-nos à Europa, e quisemos os ordenados da Alemanha sem termos a industria alemã, e ainda para mais tendo mais dias de férias que os alemães o que é escandaloso. Falamos reiteradamente da nobreza social dos países nórdicos esquecendo-nos que a carga fiscal nestes países é monstruosa. Num comício da CGTP que fui recentemente como elemento à paisana soavam cartazes estridentes afirmando, mais salários e mais direitos. E os deveres e as obrigações? A esquerda portuguesa levou o país à bancarrota pois reiteradamente pressionava os sucessivos governos apenas com medidas que aumentavam a despesa do estado. Porque é que na esquerda quando se falam de valores e de ideias reiteradamente se falam de capitais e de montantes pecuniários nas reformas, nos salários e nos subsídios.

A esquerda tem uma apetência por dinheiro inigualável a qualquer judeu ou banqueiro. A esquerda idolatra mais o dinheiro, que qualquer agiota ou usurário. Curiosamente os que conheci de direita são mais comedidos nos gastos, sendo que os de esquerda têm uma vertente consumista muito mais acentuada. A esquerda adora o capital, é vê-los a pedir mais salários, são mais direitos que implicam mais salários, são mais subsídios que implicam mais dinheiro. Entregar o dinheiro aos sectores da esquerda é como queimá-lo na fogueira. Se não temos, pedimos, endividamo-nos, reestruturamos as dívidas e no fim quando vier a insolvência, dizemos que fomos injustamente roubados e fazemo-nos de vítimas e não pagamos. Isto é a esquerda portuguesa: burguesa, consumista, mas ideologicamente plebeia.

Esta história lembra-me aquele meu grande amigo que pediu um cartão aos proxenetas do CityBank. Todos os fim-de-semanas fazia grandes mariscadas, e na altura da conta entregava sempre esse rectângulo de plástico que obedece á proporção áurea, denominado cartão de crédito. Quando estava enterrado até ao pescoço com dívidas, chamava-lhes de usurários pois as taxas que aplicavam eram impraticáveis de pagar. E são realmente uns ímpios prestamistas esses senhores dessas financeiras que emprestam dinheiro a juros. São uns interesseiros, uns agiotas, usurários e especuladores. Mas e quem gastou o dinheiro, não será também responsável e conivente com a situação degradante?

Por isso é que na minha vida pessoal rejeito todas as formas de crédito. Só compro o que posso pagar. Há excepções muito particulares como por exemplo os imóveis. Agora fazer créditos para pagar despesas correntes é altamente flagelante e destrutivo. A esquerda quer ser porreira com o povo, mas numa hipotética coligação entre o PCP e o Bloco de esquerda numa situação governativa, o país afundava-se de vez numa semana.

A direita é ainda mais cretina e imbecil ao coadjuvar com estes agiotas e usurários provenientes do estrangeiro que nos imporão as medidas que teremos de tomar. Parafraseando Manuela Ferreira Leite que se dirigia a um parlamentar: “Se lá em casa é o senhor que traz o dinheiro é o senhor quem dita as regras, e se não o faz, devia fazer”, ou então acolhendo uma frase nobre do povo “Quem dá pão, dá educação”! Ora então para a direita o FMI é a figura patriarcal que vem salvar o país da miséria com uns agraciados e venerados 78 mil milhões de euros, qual pão para as bocas dos famintos lusos, que obviamente traz as normas da educação que terão obrigatoriamente de ser cumpridas. É que a direita tem de explicar muito bem aos ignorantes em matéria de fiscalidade como eu porque é que uma empresa convencional como a da D. Rosa ali no minimercado da rua dos meus pais paga 25% de IRC, mas os grandes bancos só pagam 13,6%. Os bancos em 2007 tiveram lucros na ordem dos 2,4 mil milhões de euros, e não nos esqueçamos que os bancos são na realidade os agiotas e usurários internos da nossa nação, uma espécie de micro FMI dos portugueses.

Mas cinjamo-nos à resolução dos problemas de uma vez por todas. A solução do problema do país é simples: produtividade e empreendedorismo. E estranhamente só ouvi afirmá-lo reiteradamente por parte do presidente do PNR, por Bernardino Soares do PCP e por Garcia Pereira do PCTP-MRPP. Quão estranho ver os nossos políticos com assento parlamentar a digladiarem-se ferozmente e não incutirem ao povo luso o espírito da produção.

A Europa e a revolução dos Cravos têm alguma culpa porque definharam o nosso sector produtivo. E muitas das exportações que ainda vamos tendo, são de empresas estrangeiras com pólos industriais em Portugal como no sector automóvel. Os espanhóis pescam nas nossas águas e temos de lhes comprar o peixe e a fruta, os automóveis compramo-los aos franceses e alemães, os telemóveis aos finlandeses e os móveis aos suecos. Os bons hotéis e os campos de golfe que vamos tendo têm um imposto em sede de IVA baixíssimo, e dizem que é para contribuir para o turismo. Os nossos políticos querem transformar Portugal numa República Dominicana da Europa, pobre, ignorante, sem sector fabril, mas como tem bom sol e boas praias que acolha muitos turistas.

Mas o Eng. Sócrates ainda terá de explicar muito bem ao país porque é que o leite paga o mesmo IVA que o golfe. Por amor de Deus, o golfe? Mas esse homem iníquo ainda não se apercebeu que só jogam golfe os aristocratas e os burgueses.

A solução para a crise, já o afirmei por diversas vezes que é: Produtividade. A nossa população especializou-se a trabalhar em atendimento telefónico ou algo semelhante do sector terciário. A nossa população trabalha essencialmente no terciário e tem aversão às fábricas.

Mais uma vez rogo aos responsáveis políticos: voltemos ao mar, às fábricas, à terra, abolemos as especulações financeiras e do capital que não geram verdadeiro valor, paguemos e cumpramos as nossas responsabilidades contratuais, paguemos o que devemos, eliminemos e erradiquemos de vez as COFIDIS, CREDIAL, CETELEM, CityBank e derivados da nação portuguesa que nos afogam em situações cada vez mais penosas.

Trabalhemos, produzamos e tal como designava Pessoa, cumpramos Portugal.

O paradoxo geofilosófico Berlinense


Fotografia tirada do lado de Berlim Ocidental ao muro em 1986
O muro de Berlim começou a ser edificado em agosto de 1961 com o propósito pragmático de tentar evitar a fuga de milhares de berlinenses para o lado ocidental da cidade. O fundamento oficial fornecido pelo governo da República Democrática Alemã (RDA) para a edificação do muro era que essa construção seria uma muralha anti-fascista pois a Alemanha Ocidental ainda não estaria completamente livre do Nazismo. O muro de Berlim era assim apresentado pelos seus edificadores como uma construção que havia surgido da vontade do povo socialista para evitar as influências fascistas provenientes do ocidente.

Bem sabemos que foi exactamente o contrário. O muro veio evitar uma já na altura emigração crescente para ocidente bastante acentuada. Nos anos cinquenta a emigração para a Alemanha Ocidental era bastante acentuada com centenas de milhares de pessoas a se deslocarem para ocidente e a fugirem da RDA. Todos os argumentos que nos foram facultados pelos meios de comunicação ocidentais ao longo da história da segunda metade do século XX, foram sempre os mais nobres e humanos: a busca da liberdade.

O povo da RDA viveria acorrentado, sob a égide de um sistema despótico socialista que não daria aos cidadãos a liberdade, esse desígnio tão ansiado pelo ser humano. Ora o paradoxo que quero com esta missiva salientar, é um paradoxo que nos remete para as questões iniciáticas e simbólicas da própria geografia da muralha berlinense e da cidade de Berlim aquando da existência do muro.

Berlim Ocidental completamente circunscrpita pelo muro
O cidadão da RDA vivia no extremo ocidental do mundo socialista. Para a sua direita tinha um vasto mundo a descobrir e a descortinar, caminhos libertários imensos a trilhar e a percorrer, pois desde Berlim até Vladivostok são cerca de oito mil infindáveis quilómetros. Esperava-lhe maravilhosas paisagens siberianas, planícies russas fantásticas e paradisíacas, maravilhosas colinas nos montes Urais, um mundo pela frente a descobrir, uma vastidão geográfica imensamente extensa e ampla. Mas o que é que o cidadão da RDA pretendia fazer? Pretendia fazer exactamente o contrário da concretização dos desígnios sacros da liberdade tão imensamente propalados pela média ocidental. O cidadão da RDA pretendia enfiar-se num buraco minúsculo rodeado por muralhas em todo o seu perímetro, e esse buraco chamava-se Berlim ocidental. Lembremo-nos que Berlim ocidental estava embutido dentro da RDA, ora então a parte ocidental de Berlim não mais era que um pequeno excerto de terreno completamente rodeado por muralhas altas e intransponíveis, um pequeno redil geográfico sem saída, nem fuga, um pequeno excerto de terreno confinado por um perímetro edificado com altos e espessos muros.

O que vos quero esclarecer meus caros cibernautas, é que o Berlinense oriental ao transpor o muro, não procurava a liberdade, procurava sim o dinheiro, nem procurava o reencontro fraternal com os seus familiares como muitas vezes se refere, pois os berlinenses ocidentais seriam sempre bem vindos na RDA. O Berlinense oriental ao transpor o muro procurava tão-somente a subserviência ao capital pois o que lhe esperava em Berlim ocidental era um espaço geográfico extremamente pequeno confinado por altas muralhas.

Eu, junto ao muro de Berlim, em maio de 2010
O berlinense que trespassava o muro procurava apenas um melhor nível de vida, mais dinheiro, mais panóplias consumíveis, melhores carros, um nível de vida mais alto e com uma maior obtenção de capital, o que por certo é legítimo. Agora rogo-vos que atentem para este paradoxo geofilosófico, pois nunca o berlinense oriental poderia procurar verdadeiramente a liberdade, pois se para leste tinha oito mil quilómetros de vastas e belas áreas até Vladivostok, porque pretendia o berlinense oriental enfiar-se num buraco restringido a meia dúzia de quilómetros quadrados cercado por muralhas enormes de betão?

Obviamente que os média ocidentais legitimavam sempre estes feitos como sendo uma forma legítima do cidadão alemão da RDA procurar a liberdade. Qual liberdade?! Enfiar-se num buraco geográfico quando tinha oito mil quilómetros para leste para descobrir. O que o cidadão procurava era dinheiro, nível de vida mais alto e melhores condições de vida, o que é legítimo, mas rogo-vos que não me invoquem o argumento da liberdade tão propalado pela comunicação capitalista do Ocidente.

Foi apenas um reflexo filosófico que quis partilhar com o mundo cibernético.

“There are many people in the world who really don’t understand what is the great issue between the free world and the communist world. Let they come to Berlin!”
Discurso de Kennedy “Eu sou um Berlinense” em Berlim a 26 de Junho 1963

“Is it the final achievement of human specie, freedom, if you put yourself inside a confined area of few square kilometres surrounded by tall concrete ramparts, which was West Berlin, when you have eight thousands kilometres far east to discover? Is that the philosophical and pure concept of freedom, or just the political one?”
Just my thought

Pensamentos egocêntricos e filosoficamente puros sobre a Germânia


Rogo aos deuses Germanos que me dêem forças para elaborar as obras-primas poéticas mais sublimes e exuberantes, que estas plasmem paixão, luxúria, enlevo emocional e artístico; que as pontas dos dígitos que pressionam este teclado latino sejam conduzidas pela razão pura, pela pureza racional preconizada pelos deuses germanos, mas que a emoção se eleve, que aspire e inspire os momentos mais ascetas, e que a arte jorre o seu suco sacral para a minha alma e para o meu espírito criativo.

Qual “Metafísica do Amor” desse filósofo Germano, que preconiza que os sentimentos amorosos não são mais que redutíveis formas que a natureza encontrou para nos fomentar o desejo subtil pela disseminação da espécie! Amo-a não porque nutro amor por ela, mas tão-somente porque a natureza considera que a minha junção a ela trará ao mundo belos, saudáveis e fortes seres humanos.

Distingo a paixão fecunda da caridade cristã, tão repudiada pelos magnos filósofos Germanos. A caridade cristã segundo estes, preconiza e incute nos magnos homens apenas a fraqueza humana e os sentimentos serviçais e subservientes. A caridade cristã é um ícone da fraqueza, e o nobre homem deve forçosamente declinar esses sentimentos castradores que renegam a sua própria existência enquanto animal primordial.

Kant procurava a razão pura, a moral imutável e intransigente que advinha do puro raciocínio abstracto que só o Homem concebe. Fracos eram aqueles que não transcendiam a física comum dos seus medíocres quotidianos e não tangiam a metafísica do pensamento. Kant era por certo um homem belo no sentido mais etimológico e greco-filosófico do termo.

Nietzsche agracia-nos com uma forma impetuosa e egocêntrica de observar o mundo, para este o cristianismo é um sinal da fraqueza dos homens, a caridade é um sentimento medíocre que nos afasta do nosso cerne natural de propalarmos os nossos genes e o nosso sangue. Considerava-se o revelador da verdade etimológica do ser humano e aquele que aboliria todos os preconceitos morais e religiosos da sociedade ocidental, sendo que se poderia atingir assim a magna e verdadeira liberdade. Marx anda pela mesma linha filosófica mas com um cariz mais politizado e subtilmente anti-semita. Quando escreve “O Capital” para afrontar o capital, está a fazer uma afronta a uma das mais altas divindades sionistas após as verdades cabalistas.