A besta


Já alguém observou a besta?
Já alguém a contemplou?
Através da oculta fresta
ver o homem que o terror ditou?

Aquele que dita e desdita
O ditador do terror
O Germano com ele medita
movido pelo medo e pela dor

Já olhou o Europeu o Atlântico,
e a nação que além se encontra?
Lacaios do dito satânico
que o Europeu não confronta

Não confronta pois a dor é premente
Não é quem a cria o criador!
É-o sim, quem dissemina o terror
pelo mundo constantemente

O Satã é antropomórfico
Foi encarnado no grão-vil
no líder americano despótico
que ordena do seu covil

Observa o Zéfiro e verás a besta
Nem bestial, nem libertária
É o Poeta quem a contesta
e à sua génese sanguinária

A letal e monstruosa máquina bélica americana


Raramente teço comentários frívolos e desmesurados sem consistência pragmática do mundo que nos rodeia. O meu lado apaixonante tenta sempre procurar as emoções que nos definem enquanto seres humanos, já o meu lado racional procura sempre a verdade, pura, crua, áspera e luminosa. Schopenhauer prefaciava a sua “Metafísica do Amor” com esta frase de Boileau “Nada é tão belo como a verdade, só a verdade nos serve”.

Ora dentro destes enquadramentos filosóficos, pragmáticos e humanitários tentarei tecer uma breve nota informativa aos cibernautas, onde explanarei o quão brutal e letal é a máquina bélica norte-americana. Prefacio este repto, ainda referindo que a minha área de estudo académica é a engenharia eletrotécnica, e poderia eventualmente denotar uma certa admiração pela tecnologia que está patente nas diversas maquinarias bélicas mais desenvolvidas. Muitos dos preceitos que permitem que o armamento americano seja o mais sofisticado e monstruoso do mundo assentam no facto de ter havido e ainda haver enorme desenvolvimento tecnológico por parte dos americanos nas áreas da mecânica, da eletrónica, do controlo, do posicionamento, da física tecnológica e da aerodinâmica. Poderia eventualmente denotar uma latente admiração por todo este desenvolvimento tecnológico, como aliás muitos o fazem. Abundam sítios de informação militar, sobre tanques de guerra, sobre o que permite a elevada cadência das balas numa metralhadora, sobre caças de guerra, sobre navios, sobre projéteis e muitas outras panóplias tecnológicas com o intuito de destruir e matar.

Eu enquanto técnico na área da eletrotécnica, apraz-me e tenho admiração somente pelos artefactos tecnológicos com o intuito de construir, facilitar, produzir e harmonizar a civilização universal. A minha doutrina religiosa proíbe-me de admirar e venerar maquinaria que tem o intuito de matar e destruir. Adoro tecnologia, mas tecnologia salubre, pacífica e construtiva, e é essa que quero ajudar a desenvolver enquanto engenheiro.

Pergunto eu aos caros e prezados cibernautas: porque é que a língua Inglesa é uma língua franca? Porque é que a cultura americana, como no cinema e na música, está tão disseminada no mundo? Porque é que o sistema capitalista singrou no mundo económico? Porque é que os EUA têm a hegemonia mundial? A resposta é clarividente: Porque os EUA têm a máquina bélica mais brutal e monstruosa que alguma nação jamais teve ao longo da história universal. E dou-vos dados e dou-vos números.

Falemos de porta-aviões.

Os EUA têm neste momento 11 super porta-aviões no activo e três em construção. Um super porta-aviões é um navio gigante com uma plataforma para suster cerca de 90 aviões. Tem um reactor nuclear para o movimentar e consegue estar no mar sem ser abastecido durante vinte anos. Cada um custa cerca de cinco mil milhões de euros. Para que servem os aviões nele contidos? Para matar e destruir! O segundo país em número de porta-aviões é a Itália que tem apenas dois, sendo que estes são de dimensões bastante menores. A China, a Rússia, o Reino Unido e a Índia tem cada um, apenas um porta-aviões também de dimensões reduzidas comparando com os super porta-aviões americanos.

Falemos agora de aviação.

A força aérea dos EUA tem no ativo no presente momento cerca de 5300 aeronaves. O exército tem cerca de 180 aeronaves e as forças especiais têm cerca de 260. Já a marinha tem cerca de 1800 aeronaves no ativo. Totalizando a máquina bélica norte-americana tem cerca de 7500 aeronaves no ativo. Neste número estão incluídos a título de exemplo os 66 bombardeiros B1 com um preço unitário de cerca de 500 milhões de euros, os 20 bombardeiros B2 com um preço unitário de cerca de 900 milhões de euros e os 343 aviões de guerra A10 com um preço unitário de cerca de 10 milhões de euros. E toda esta maquinaria aviónica tem um único intento: matar e destruir. Ora vejamos; a título de exemplo um bombardeiro B2 pode conter cerca de 23000 quilos de artilharia. Nesta incluem-se por exemplo 80 bombas Mk-82 de 220 quilos cada. Cada bomba destas contém 87 quilos de tritonal, uma mistura altamente explosiva de dinamite e pó de alumínio com uma capacidade destrutiva monstruosa.

E falemos agora em número de homens.

Os EUA têm no ativo no presente momento cerca de um milhão e meio de homens. A Rússia, a Índia e a Coreia têm cerca de um milhão e a China tem dois milhões. No entanto há a salientar que a China muitas vezes recorre ao exército para o auxílio em algumas catástrofes naturais, para auxiliar a população em cheias e terramotos, sendo que no caso americano os homens no ativo têm o único intuito de combater e matar os opositores do império americano no estrangeiro. Na China a percentagem de tropas do exército no ativo é de 0,17% da população e nos EUA é de 0,51%, representando assim os EUA um esforço militar em número de homens três vezes superior ao da China.

E quanto aos recursos financeiros alocados para a guerra?

Dados de uma agência não-governamental sediada em Estocolmo, os EUA despenderam em 2009 cerca de 500 mil milhões de euros em gastos militares (500 pontes Vasco da Gama), sete vezes mais que o segundo que foi a China com cerca de 70 mil milhões de euros. Aliás os EUA em despesas militares gastam o dobro do total de todos os países da União Europeia.

Gastos militares por nação em 2009

Quero com esta missiva caros leitores e cibernautas demonstrar que se a língua Inglesa é uma língua franca, se o capital está nos mais altos dos patamares, se somos invadidos com a cultura da comida rápida e calórica e da coca-cola, se o Sr. Obama é agraciado e venerado por todos os lugares onde se dirige, se concluindo os EUA é um país hegemónico, tal deve-se única e exclusivamente á sua vertente musculosa e militar. O ser humano por muito evoluído que se torne tem sempre aqueles resquícios primários que o torna um animal, e aqui meus caros comprova-se uma lei infeliz mas intemporal: A lei do mais forte.

Todos os impérios tentaram legitimar através da paz, da diplomacia, da arte e do direito as suas musculaturas bélicas e as suas hegemonias. O império romano fê-lo através da regionalização imperial, das regalias que dava a certos líderes regionais, do estatuto da cidadania romana aos bravos homens, da escrita, do sistema religioso politeísta e dos cânones do direito. O império Cristão legitimava as suas conquistas bélicas com Jesus de Nazaré, com um homem simples e plebeu que com a vida redimiu o pecado do mundo, legitimava as suas conquistas em África e no Oriente com os escritos sacrais e bíblicos onde se constata como Jesus havia curado os enfermos e como os apóstolos haviam convertido os gentios com o Amor de Deus e de Jesus. Os seguidores do Islão legitimavam as suas conquistas através do Corão, e da vida salubre de Maomé. Os soviéticos faziam-no em nome dos interesses do povo socialista. Napoleão combatia em nome do triângulo sacral da república, da Igualdade, da Fraternidade e da Liberdade.

O homem procura sempre uma legitimação eticamente salubre para os seus atos de violência, assim também o fazem os impérios. Ora a legitimação oficial para a maquinaria bélica e brutal americana é a Democracia. Todos os atos mais sanguinários perpetrados pelos EUA são sempre oficialmente cometidos em nome da Democracia. Assim o foi no Kosovo, no Iraque e no Afeganistão. Por muito que se saiba que os motivos são sempre os económicos e os hegemónicos o argumento facultado é sempre o democrático.

Mas sejamos pragmáticos, tal como referia Boileau, agrademo-nos com a verdade pura, e somente com a verdade, os EUA são neste momento um país hegemónico, o Inglês é uma língua franca e universal, o capitalismo e o liberalismo são doutrinas económicas transversais aos continentes; por muitas tentativas que o império faça de se legitimar como por exemplo no cinema, na música, no espaço cibernético, nas tecnologias de informação ou mesmo com o bem parecido Obama, os EUA são hegemónicos porque têm a máquina bélica mais brutal, letal e monstruosa que a civilização universal alguma vez já conheceu.

E usam-na sem pundonor, ou é preciso relembra-vos de Hiroxima e Nagasáqui?

Nota: Todos os números referentes ao armamento dos EUA foram retirados da Wikipédia (mais uma legitimação imperial)

Ganham 2800€/mês, trabalham 4 horas por dia, têm 30 dias úteis de férias, e fazem greve!


Trabalhadores do Metro de Lisboa em greve
Há pouco tempo houve uma grande manifestação denominada "Geração à Rasca" que teve uma afluência bastante considerável e de grande relevo nos meios de comunicação nacionais. Os contestatários protestavam contra as condições laborais presentes do país em que vivemos, essencialmente nos jovens, relevavam a precariedade laboral, nomeadamente os recibos verdes e referiam os que auferem apenas 500€ por mês, mesmo sendo licenciados.

Há que esclarecer estes contestatários que quando o bolo se cria através da riqueza que geramos, do PIB, há que reparti-lo pelos portugueses. E acreditem que não criamos muita riqueza, comparando com a média europeia.

Os maquinistas do Metro de Lisboa que fizeram greve hoje, dia 15 de Março de 2011 e que deixaram a cidade num caos, transtornando bastante a vida dos lisboetas, ganham através do erário público, pois são os contribuentes, todos nós que lhes pagamos, em média 2850€ por mês, o seu tempo de condução é entre três e quatro horas diárias, e têm 30 dias úteis de férias por ano (um trabalhador comum tem 22). Há maquinistas do Metro a ganhar 4600€/mês. 

Os jovens portugueses têm de se mentalizar que é premente acabar com as regalias secularmente estabelecidas, desde quase os tempos feudais, pois estamos em tempo de crise.

É por causa destes extorsionários que o país não avança, há milhares de desempregados, precários, jovens a recibos verdes a auferir 500€ por mês, e certas elites públicas regalam-se com as benesses imperiais que detêm e nada os demove na alienação dessas regalias feudais. A média salarial em Portugal é cerca de 750€ por mês, e por certo mais de noventa por cento dos trabalhadores que auferem rendimentos abaixo da média não fazem greve, pois são precários, mas aqueles que mais ganham e mais regalias têm são sempre os mais contestatários e que mais greves fazem.

Não há ninguém com capacidade elucidativa para explicar aos funcionários do Metro de Lisboa que o patrão deles não é o seu Director nem Sócrates, nem o ministro dos transportes, mas sim todos os contribuintes portugueses, ou seja todos nós. Não há ninguém que explique aos funcionários do Metro que eles deveriam dirigir as suas reivindicações a todos nós contribuintes e não ao governo. E não há ninguém que explique aos portugueses que o Governo existe apenas para administrar o erário público, ou seja, o dinheiro de todos nós. 

E findo esta missiva profusa em indignação de um mero contribuinte português, referindo uma lista pública dos vencimentos anuais dos administradores das empresas públicas portuguesas de maior relevo e alguns cálculos auxiliares elucidativos.

Valores anuais:

420.000,00 € - TAP - administrador - Fernando Pinto
371.000,00 € - CGD - administrador - Faria de Oliveira
365.000,00 € - PT - administrador - Henrique Granadeiro
250.040,00 € - RTP - administrador - Guilherme Costa
249.448,00 € - Banco Portugal - administrador - Vítor Constâncio
247.938,00 € - ISP - administrador - Fernando Nogueira
245.552,00 € - CMVM - Presidente - Carlos Tavares
233.857,00 € - ERSE - administrador - Vítor Santos
224.000,00 € - ANA COM - administrador - Amado da Silva
200.200,00 € - CTT - Presidente - Mata da Costa
134.197,00 € - Parpublica - administrador - José Plácido Reis
133.000,00 € - ANA - administrador - Guilhermino Rodrigues
126.686,00 € - ADP - administrador - Pedro Serra
96.507,00 € - Metro Porto - administrador - António Oliveira Fonseca
89.299,00 € - LUSA - administrador - Afonso Camões
69.110,00 € - CP - administrador - Cardoso dos Reis
66.536,00 € - REFER - administrador - Luís Pardal: Refer
66.536,00 € - Metro Lisboa - administrador - Joaquim Reis
58.865,00 € - CARRIS - administrador - José Manuel Rodrigues
58.859,00 € - STCP - administrador - Fernanda Meneses
_____________
3.706.630,00 €
926.657,50 €  - Média Prémios
______________
4.633.287,50 €

900,00 €/mês Média de um funcionário público

368 - nº de funcionários públicos que dá para pagar com o mesmo dinheiro

Quando é que os coutos feudais aristocráticos e oligárquicos findarão?

Fonte dos dados: Jornal Sol

Por uma questão de soberania nacional


Raramente ouso falar de política nacional no meu blogue introspectivo e de enlevo emocional e poético. Raramente comento questões de foro efémero como as que passam nos meios de comunicação nacional. Tudo o que vemos na televisão tem um cariz normalmente tão fútil e efémero, tão volátil, normalmente a informação dilui-se no tempo e passados alguns meses já ninguém se lembra do défice ou da denominada geração à rasca. No entanto não posso deixar de comentar alguns recentes acontecimentos propalados por certos sectores da esquerda nacional.

Protestam contra os cortes salariais e contra a precariedade, vociferam “Precários nos querem, Rebeldes nos terão”, aclamam os jovens a sair á rua e fazem sempre de Sócrates o malfeitor que trouxe o país para o presente estado de crise.

Relembro a estes jovens revolucionários que o cerne da crise é o nosso endividamento externo, pois se não estivéssemos tão dependentes financeiramente do exterior teríamos tido uma reacção muito mais robusta para enfrentar a crise. Eliminar o défice é completamente fulcral para que sejamos soberanos. Todas as mordomias que fomos tendo ao longo da democracia foram conseguidas com o endividamento externo. Quisemos ter um estilo de vida europeu ocidental sem termos a produção da média europeia, sem gerarmos a riqueza que se cria na Europa. Para os portugueses o estado surgiu sempre como um protector paternalista que tem de estar sempre presente para sustentar financeiramente quaisquer indivíduos.

Queremos os ordenados da Alemanha mas não temos uma Mercedes, uma BMW, uma Siemens, uma Schindler, uma Bosch, uma Volkswagen, uma Grundig ou uma Opel. Queríamos ter a segurança social da Finlândia mas não pagamos 50% de impostos nem temos uma Nokia. Queremos a educação gratuita da Suécia mas não temos uma Volvo ou uma Ericsson. Gostávamos de ter as condições laborais da França mas não temos uma Peugeot, uma Citroën, uma Alcatel ou uma AirBus. Gostávamos de ter as benesses laborais que têm os Holandeses mas não temos uma Philips e protestamos porque os espanhóis não pagam certas auto-estradas e têm os combustíveis mais baratos mas não temos uma Seat, uma Fagor ou uma Zara.

Os portugueses têm de uma vez por todas de se mentalizar que não podem auferir o que ganham os cidadãos de certos países da Europa se não produzirmos o que eles produzem. Portugal não tem uma marca de renome automóvel, não temos uma marca de renome em grande escala no campo das telecomunicações, electrodomésticos ou de equipamentos electrónicos. Limitamo-nos tal como sempre fizemos ao longo da história desde a nossa decadência que começou nos finais do século XVI a copiar o que os outros fazem e a importar este género de equipamento do exterior desequilibrando fortemente a nossa balança comercial. Quando é que o povo se mentaliza que enquanto não tivermos um sector industrial produtivo forte e em grande escala não conseguimos ter o nível de vida europeu. Os sectores fortes em Portugal são os serviços e a banca, ou seja o sector terciário. O nosso sector secundário é parco.

Distribuição da população portuguesa por sector de actividade - fonte INE


Portugal sempre se limitou ao longo da sua história desde a decadência pós-descobrimentos a limitar-se a importar o que provinha do estrangeiro. Os portugueses gostam de abraçar as novas tecnologias, gostam das mordomias que a tecnologia nos oferenda, gostam de ter automóvel próprio, querem o electrodoméstico de ponta, mas tudo isso é importado e apenas contribui para o nosso endividamento externo.

Só há uma forma de sermos verdadeiramente soberanos: É eliminar o défice. E este governo deu os passos correctos e difíceis nesse sentido, sendo que deveria ter ido muito mais longe nas medidas tomadas. O dinheiro do estado deve servir para apoiar o sistema produtivo nacional e dinamizar e desenvolver o sector primário. Até nos alimentos estamos dependentes. Se houver uma crise ou uma escassez grave de alimentos temos de nos sujeitar aos agiotas estrangeiros que nos especularão brutalmente.

Apraz-me saber que os preços dos combustíveis subiram bastante! Para mim a gasolina deveria custar 10€/litro. Tal forçar-nos-ia a criar um sistema ainda mais eficiente de transportes públicos nas metrópoles, far-nos-ia desenvolver seriamente a ferrovia para não estarmos dependente do transporte rodoviário de produtos e tornava-nos verdadeiramente soberanos. Portugal no seu percurso democrático fez um grande investimento estratégico completamente errado: A rodovia. Fizemos imensas auto-estradas, espalhamos estradas pelo país. Quais as viaturas que circulam nas estradas? Automóveis e camiões! Ora nós não temos indústria automóvel nem produzimos camiões, e muito menos temos recursos petrolíferos. Tornamo-nos assim extremamente dependentes do exterior. Importámos para circular nas nossas estradas recém-constituídas todos os automóveis e camiões, e importamos por sua vez o combustível que os fazem circular. Tornámo-nos com este grande investimento em estradas extremamente dependentes do estrangeiro. Será que as vias de comunicação rodoviárias são assim de extrema importância para o desenvolvimento de um país que não tem indústria automóvel nem recursos petrolíferos?

Porque é que não apostámos seriamente na ferrovia? Porque é que não dinamizámos o sector produtivo? Portugal agora está na mão de meia dúzia de agiotas internacionais que nos vêm cobrar o dinheiro que nos emprestaram durante anos. Dissolvemos o sector piscatório e compramos ultra-congelados da PescaNova espanhola, esquartejámos o sector agrícola e compramos fruta e legumes aos espanhóis. Em tempos construímos as naus que nos levaram à Índia e ao Brasil, agora endividamo-nos seriamente para comprar dois submarinos.

Pergunto às elites portuguesas: Quando é que Portugal será verdadeiramente soberano?
Eu tenho a resposta: Quando reduzir seriamente os ordenados dos funcionários públicos e a despesa pública para eliminar o défice com o intuito de reduzir seriamente a dívida do estado ao exterior! Quando equilibrarmos a balança comercial e quando tivermos um sector produtivo competitivo e em massa e quando expulsarmos de vez os agiotas e interesseiros que definham e estrangulam as finanças portuguesas. Quando migrarmos a população do sector terciário para o sector secundário e primário. Somos uma colónia de férias das elites europeias, temos turismo pois o todo-poderoso agraciou-nos com uma meteorologia aprazível e exportamos algum calçado e muito vinho. De resto, onde está a indústria nacional de relevo?

Portugal no presente momento não é soberano! E a esquerda demagógica contribui para esta falta de soberania com as suas reivindicações idílicas, impraticáveis e utópicas. Quando é que os senhores do PCP, dos sindicatos e do Bloco de Esquerda se mentalizam que uma família que ganha 1000€/mês não pode gastar 1100€/mês a não ser que fique dependente dos agiotas, usurários e especuladores? E vêm sempre com o argumento ridículo e falacioso da melhor distribuição de riqueza, esquecendo-se que é natural e meritório que um gestor aufira mais que um servente de obra. Lembremo-nos até que o sistema fiscal é de certa forma justo pois taxa de uma forma crescente em percentagem quem tem mais rendimentos.

Mas o que me entristece é que Sócrates não tomou estas medidas de austeridade, sérias e necessárias, por uma questão de consciencialização nacional, fê-lo antes porque paradoxalmente foi obrigado a fazê-lo devido a pressões externas, nomeadamente o cumprimento do pacto de estabilidade europeu.

Unamo-nos todos numa causa comum, paguemos aos especuladores e agiotas o que lhes devemos e dinamizemos o sector produtivo nacional. Migremos para as fábricas, para as quintas e para o mar. Tal como ansiava Pessoa, cumpramos Portugal.