Playboy Holandesa mostra bicicletas como sinal de virilidade, em vez de carros


Antes de mais, peço perdão às mentes mais sensíveis, devido ao conteúdo pictórico, mas não pude deixar de fotografar a revista da Playboy Holandesa, enquanto a folheava na espera pelo corte de cabelo num barbeiro local. O que me intrigou foi que, ao contrário da maioria das revistas do género, em diversos países pelo mundo, esta versão holandesa dava primazia à bicicleta como sinal de virilidade, e não ao automóvel.

De salientar que existe uma ligação psicossexual muito vincada, entre o automóvel e a virilidade masculina. Reparem que essa ligação é estritamente psicossexual e não tem qualquer relação pragmática, até porque, é plausível que os homens que andam de bicicleta (não esquecer os selins com cavidade perineal) devido à melhor forma física e ao exercício diário, tenham mais sucesso na hora H. Já os automobilistas convictos, por levarem por norma uma vida mais sedentária com menos atividade física, estatisticamente tendem a ser menos eficazes nos domínios da libido.

Ora, os autores da Playboy versão Holandesa, quem sabe por estarem cientes de tais falácias freudianas, ou talvez unicamente devido a questões culturais, em vez de promoverem o carro como símbolo de virilidade masculina, promovem a bicicleta. Nos artigos mais desejados pelos homens holandeses, que surgem nas páginas iniciais da revista, não vêm os carros que o Ronaldo tem na sua opípara garagem, vem antes um velocípede. Juntamente com um casaco de gama semi-alta, um bife na pedra, uma banheira com um desenho pós-moderno, uns sapatos de excelência ou um trator corta-relva, vem uma bicicleta com um quadro altamente pós-modernista para o quotidiano do metrossexual holandês. A virilidade, neste caso, em vez de se encontrar na potência do motor, está no preço, pois esta relíquia custa a módica quantia de 3751€.



A bicicleta e as visões de um republicano



Sou, fui e sempre serei republicano, pois quem deve eleger os representantes máximos de uma nação é o povo, não o sangue. Todavia não deixo de, enquanto fiel seguidor dos princípios republicanos, ficar estupefacto pelo facto de os valores estarem completamente invertidos. Em Portugal, o presidente da República leva uma vida faustosa, queixando-se dos seus "parcos" rendimentos e viajando sempre em opíparas viaturas pagas com os impostos dos contribuintes. Segundo consta a presidência da república tem gastos superiores à casa real espanhola. Já a monarca holandesa, princesa Máxima, nas cerimónias públicas apresenta-se de bicicleta como neste caso na inauguração de um jardim público. Cavaco Silva, há muito que corrompeu os ideias republicanos, a começar pelo da igualdade.

A crise estrutural de Portugal está na dívida pública


Não é preciso ser tão inteligente como o Dr. Medina Carreira, para perceber que a crise mais tarde ou mais cedo chegaria. De 1999 a 2013, em 14 anos, a dívida em termos absolutos quadruplicou.


Grande capital financiou secretamente a CGTP?


Parece paradoxal mas não o é? O que mais deveria agradar a um grande capitalista e agiota internacional, era uma manifestação nas ruas da CGTP pedindo mais salários e mais benefícios sociais, principalmente durante os governos de José Sócrates. O agiota que emprestava dinheiro ao país, sabia muito bem que essas regalias seriam pagas com dívida e não com produção ou riqueza, e mais dívida, mais juros. O país paga agora por ano cerca de 7,5 mil milhões de euros só em juros, aproximadamente 4,5% do PIB, o dobro dos cortes que se procederam para o Orçamento de Estado de 2014. O país esta a pagar agora sucessivos governos fracos que se foram vergando a uma esquerda burguesa e a reivindicações sindicais. Sócrates, com o país em pré-bancarrota aumentou os funcionários públicos em 3% apenas por questões eleitorais. O governo de Passos Coelho corta agora os mesmo rendimentos em 10%. Muito provavelmente nesse diferencial encontram-se os juros da dívida que entretanto foi contraída para o dito aumento de 3%. 

Nos dois governos de José Sócrates, ou seja durante os 6 anos e 3 meses dos XVII e XVIII Governos Constitucionais, entre março de 2005 e junho de 2011 a dívida cresceu 45,7% do PIB ou seja uma média aproximada de 500 Euros por segundo.

Os funcionários públicos e os portugueses estão a pagar em cada centavo as suas irresponsabilidades eleitorais. Em Democracia, o culpado da mediocridade da classe política é sempre do povo. Por isso apelo que nas próximas eleições votem mais com a cabeça e menos com o coração, e antes de pensarem apenas no vosso quintal, pensem no estado da nação.

Perdoai-me portugueses, não quero ser agiota


Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporeis usura. Êxodo 22:25 


As progressões geométricas são fodidas,
e os portugueses foram tidos como incautos
O Orçamento de Estado para 2014 é dos mais duros e dos mais rigorosos nos cortes salariais aos funcionários públicos sendo que a austeridade já havia feito cortes de diversas regalias sociais como por exemplo as pensões dos ex-funcionários públicos. Caros leitores, sou matemático, estudei matemática e dou lições de matemática, não contem por isso comigo para alinhar na lógica populista e demagoga da esquerda neoburguesa. Mas confesso que já estou enjoado com o cartel de economistas com linhas de pensamento liberal, que sistematicamente refere que é preciso cortar na despesa do Estado, para manter as contas públicas em ordem, quando não ousam referir uma única palavra em relação aos juros abismais que o país paga aos agiotas.

Quando o país estava à beira da bancarrota em 2011, emprestei 1000€ aos portugueses através de títulos do tesouro nos CTT. Passados dez anos, os Portugueses pagar-me-ão quase 2000€ numa taxa de juro composto de cerca de 7% ao ano. Ou seja, os portugueses, que vivem na pobreza e na miséria, pagar-me-ão a mim, credor do estado, o dobro daquilo que pedi.

Dir-me-á a tríade de liberais que berra contra a despesa do Estado – por exemplo o Raposo que escreve no Expresso, o César das Neves que escreve no DN e o Medina Carreira  – que os juros estão indexados ao mercado e por menos que isso não se emprestava dinheiro a Portugal. Então coloquemos de uma vez as contas públicas em dia e expulsemos de vez os agiotas. Sou matemático, e não é preciso ter fundamentos de aritmética mais complexos que um qualquer merceeiro para perceber que se Portugal nunca teve excedente orçamental desde a revolução de abril, mais tarde ou mais cedo, o país entraria em falência sem conseguir pagar os seus compromissos (a seita engravatada aduladora dos mercados denomina default a este cenário).

O que me deixa mesmo muito indignado, é que nunca ouvi de qualquer economista de pensamento liberal, e que tenha algum amor próprio à nação, revoltar-se contra os juros abismais e agiotas que o país paga aos seus credores. Portugal paga em 2014 cerca de 7,2 mil milhões de euros apenas em juros o equivalente ao que paga para o SNS, é um BPN por ano. Neste orçamente de estado para 2014, estão então alocados os tais 7,2 mil milhões de euros só para pagamento de juros que representam 4,3% do PIB, que é exatamente a meta do défice para esse ano. Simplificando, se Portugal desse o calote apenas nos juros (diga-se por sua vez agiotas), pagando naturalmente como pessoa de bem, o valor que pediu emprestado, não precisaria de ter feito todos estes cortes anunciados no OE2014 e ficaria sem défice público orçamental. Parece estranho, não é?

Portugueses, quero assim publicamente pedir-vos perdão pela minha prática usurária. Não sinto que após 10 anos enquanto credor, mereça receber o dobro daquilo que vos emprestei. Se pensardes que muito provavelmente gastaria esse montante em compras em Portugal, parte desse dinheiro poderia ser injetado na economia nacional. Todavia, grande parte da dívida pública portuguesa, está nas mãos de agiotas capitalistas internacionais, que mais não fazem que emprestar dinheiro aos países, para viver à conta dos juros usurários que lhes praticam. O memorando da tróica, e concordo totalmente com o PCP na adjetivação mas por motivos ideológicos distintos, é assim um pacto de agressão aos portugueses. Dizer que o país não teria dinheiro é falso, completamente falso. Não continuaria a máquina fiscal a funcionar e cobrar impostos? Os impostos não chegariam para as despesas? Solução: calote aos juros e aos bancos das PPP rodoviárias e que os mesmos nos penhorassem então as autoestradas. Só nestas duas parcelas estão cerca de 7% do PIB.

O neoliberalismo e a lógica de mercado assenta os seus ideias no primarismo do ser humano, nos sentimentos mais primários, como a posse, a aversão à partilha, a intriga, a querela, renegando o cooperativismo e a entreajuda. Já o comunismo, sob a capa de um comunitarismo, apenas instiga a um dos sentimentos mais primários e mais heréticos: a inveja dos bens do próximo. Evoquemos assim uma república de Platão, autor para quem os juros era uma prática injustificável. Tenho pena que João César das Neves - dizem que é católico mas nunca deve ter lido as Sagradas Escrituras – nos omita nas suas crónicas a referência aos juros.

É que houve em tempos um usurário cristão-novo que se dedicava à matemática negra (a matemática ao serviço do mal) e que começou a usar um ábaco para fazer uns cálculos elementares, e concluiu facilmente que a um juro de “apenas” 7% ao ano, como é composto, passados 10 anos, o devedor já lhe deve o dobro daquilo que lhe emprestou. Passados 40 anos, deve 15 vezes mais. Os agiotas dominam muito bem as progressões geométricas.

Portugueses, quero assim reiterar, enquanto seguidor da matemática benévola e da Bíblia, que não me sentiria bem em receber passados 10 anos, o dobro daquilo que vos emprestei, assim sendo, quero apenas os 1000€ mais o valor da inflação, e nem mais um cêntimo. Se aceitasse a agiotagem praticada sobre vós, precisaria de um papa para me confessar, assim sendo o diferencial correspondente, deixo aqui lavrado, entregarei como doação ao Estado.

Primeiro-Ministro fala sobre o preço dos combustíveis




O Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho é aqui abordado na RTP, por um taxista que lhe coloca a questão do porquê dos combustíveis estarem tão caros. Existe uma corrente popular, que acha que o Estado - como em muitas outras matérias - tem de subsidiar combustíveis. Infelizmente e até paradoxalmente estas correntes vêm de setores muitas vezes da esquerda parlamentar. Todavia o Estado já o faz, por exemplo no caso do gasóleo agrícola pois considera que a agricultura é um sector estratégico. Não seria ainda de todo irracional, que o Estado apoiasse taxistas que queiram fazer a transição para viaturas mais ecológicas, pois o táxi é uma peça fundamental na mobilidade urbana.

Falo do meu caso. Não tenho carro e sempre me desloquei de transportes públicos, a pé e de bicicleta. O táxi era essencial pois permitia-me deslocar-me a certas horas quando os transportes púbicos convencionais não eram alternativa. O que os taxistas não podem querer, é poderem poluir a cidade à vontade, considerando que o diesel, segundo a OMS, é um cancro ambiental e para a saúde, e que os táxis, ao contrário de outras emissões de motores a diesel, emitem esses contaminantes em meios urbanos. De referir ainda, que segundo consta, os filtros de partículas filtram apenas uma pequena quantidade de partículas, logo muitas vezes são ineficientes.

Solução: O táxi é importantíssimo para a mobilidade urbana, pois o veículo desloca a pessoa do ponto A para o ponto B, não ficando a ocupar espaço nesse ponto, sendo assim muito mais eficiente do que um automóvel particular, mas os táxis têm de urgentemente fazer a transição para formas bem mais limpas de mobilidade, considerando que a grande maioria dos táxis anda a gasóleo, e que além disso, têm uma idade algo envelhecida, poluindo ainda mais os ambientes urbanos. Explica-se assim que o Eurostat coloque Portugal no segundo lugar da UE, com mais mortes por pneumonia.

Sobre a taxa audiovisual da RDP


Se queremos ter televisão pública com qualidade, temos de pagá-la. Temo é que muitos trabalhadores e pessoas ligadas à RDP não se manifestem em prol do interesse público, fazem-no apenas pois estão em causa os seus próprios interesses pessoais, prática comum em Portugal.

O princípio do pagamento da referida taxa que se paga juntamente com a fatura da luz é que normalmente quem tem luz, tem rádio ou televisão e usufrui por defeito dos serviços públicos de rádio e/ou televisão (exceção óbvia para iluminação pública, jardins, elevadores, etc.). Relembro que a taxa é para a RDP, não apenas RTP. As rádios públicas não têm publicidade por exemplo e passam excelentes programas informativos. Lembro-me por exemplo dos filmes da SIC e da TVI e até extenuava com meia-hora de publicidade em cada intervalo. A SIC não disponibiliza muito conteúdo gratuito na Internet e a TVI apenas muito pouco. A RTP pelo contrário, fornece todo o seu conteúdo na Internet de forma gratuita e sem publicidade.

Este sistema de taxação na Noruega funciona com fiscais do estado que vão a casa das pessoas confirmar se têm TV e paga-se a dita taxa por cada TV que houver em casa. Em Portugal, por questões mais que óbvias, tal medida seria impraticável.

Venho aqui defender a RTP e nunca tive televisão em casa, pagando sempre a dita taxa a muito custo. Todavia enquanto emigrante sinto que a RTP fornece conteúdo muito útil para mim, no seu sítio de Internet, sem publicidade e de forma completamente gratuita. E isso é serviço público, e o serviço público tem de ser pago.

Corte total das subvenções aos ex-políticos renderia 10 milhões de euros ao Estado


Segunda adianta a Antena 1, a Caixa Geral de Aposentações, gasta por mês 750 mil euros neste tipo de subvenções a ex-políticos. Estas subvenções não são o seu único rendimento, pois acumulam com a reforma normal que já têm ou com outros rendimentos. 750 mil euros vezes 14 meses dá a quantia aproximada de 10 milhões de euros. Grão a grão....

E mais que uma medida orçamental, seria uma medida com um forte impacto simbólico numa sociedade, onde apenas 9% dos portugueses acredita nos partidos políticos.