Os ímpetos intempestivos do âmago


Esfaqueio e estripo, por paixão
Amo as dóceis ninfas, por loucura
Bato-me contra os homens por bravura
Exacerbo o mito, da sensação

Será a libido ou o coração
O néctar para a divina cura?
Que efemina a alma mais dura
Amo quem me ama de antemão

Bato-me fortemente, contra a razão
De uns déspotas execráveis
Enfrento o clérigo e o mação

Endinheirados miseráveis
Sou a ínfima divinal porção
A salvação dos subordináveis.

O Reino divino do amor sedento



Preciso de ti, como o mamífero da mama
como o carnívoro precisa da carne,
És o astro fogoso que arde
No leito comum, na divina cama

És o fogo nu que arde com chama
Sou o réptil, o insecto, a ave
Que te toca, que suga o teu néctar suave
És a flora, sou a fauna, que o Criador ama

Careço-te, como o peixe das águas
Como o salmão, do topo das rias
Necessito-te, para abolir as mágoas

Dos tempos vividos, por terras frias
És a terna ternura, as ardentes fráguas
Em Vénus e Afrodite é que tu te revias.



Soneto tecido à mão num café urbano pelo parque das nações cujo nome traduzido para a língua camoniana significa "Eu e tu"

Dedicado à doce Nádia

Soneto à Gomorra lisbonesa



Por aqui passam putas, e passam chulos
Passam paneleiros endinheirados
Vagueiam velhos ricos depravados
Por aqui os cornos mansos, ficam fulos

Castos, celibatários, ficam impuros
Carochos, paneleiras e drogados
A luxuria e o despudor são aclamados
Da moral, quebram-se todos os muros

A felação, é o prato de cada dia
O Intendente, bradaria aos céus
pois aqui pratica-se a sodomia

No purgatório serão todos réus
Este é o bairro da heresia
onde se erguem todos os véus

Toda a verdade sobre o Tabaco


Sempre me questionei sobre a verdadeira origem do tabaco. Bem sei que o nome deriva do Espanhol e que era fumado em cachimbos pelos índios nativos americanos. O seu uso enquanto cigarro foi proliferado no século vinte essencialmente durante a primeira guerra mundial. Houveram diversas plantações de tabaco na América do Norte até terem sido muitas em grande parte substituídas pelo algodão. O tabaco era consumido por índios americanos e em doses elevadas teria efeitos alucinogénios, era administrado para fins medicinais e segundo se consta era prescrito por magos índios ou por curandeiros. O poder do tabaco era conhecido nas sociedades tribais norte-americanas. Os Espanhóis trouxeram a planta para a Europa. Um embaixador Francês sediado em Portugal terá receitado à corte de Catarina de Médicis a planta do tabaco como forma de curar as suas enxaquecas. O nome do embaixador era Jean Nicot e o seu apelido deu origem ao termo Nicotina que se encontra na planta do tabaco.

Poderia aqui tecer uma serie de argumentos históricos para tentar descobrir como surgiu o tabaco, e tal não seria difícil, uma planta denominada tabaco que é processada, tostada, que lhe é adicionada uma serie de componentes químicos e cuja mescla é enrolada em torno de uma mortalha formando um simples cigarro. A questão preponderante que é interessante averiguar é saber como é que o tabaco foi proliferado e difundido pelo mundo inteiro tornando-se no século vinte uma prática de afirmação social, de emancipação para as mulheres e de virilidade para os homens.

Quem proliferou o tabaco? Quem disseminou o uso do tabaco? A resposta é deveras simples: Os Ingleses inicialmente e os Americanos posteriormente.

Tentarei aqui estabelecer os simbolismos associados ao tabaco e para tal evocarei não só as questões médicas tão amplamente difundidas e as patologias do foro oncológico que o tabaco degenera, mas evocarei também as questões do foro da psicologia, dos sinais para o subconsciente que o cigarro provoca, das sensações quase erógenas que obtemos quando inalamos o fumo do tabaco, do luxuriante e perverso que é observar uma mulher a fumar e das mazelas a nível mundial que o tabaco provoca.

Começarei pelas questões que creio que todo o mundo conhece. O tabaco é altamente cancerígeno, o seu consumo enquanto cigarro durante muitos anos provoca graves patologias do foro oncológico, como cancro do pulmão, língua, laringe, garganta, lábios ou qualquer órgão associado ao sistema respiratório. Num estágio final da doença o paciente deixa de conseguir falar, tem uma morte dolorosa, não consegue respirar, em muitos casos morre de asfixia, como se lhe tapassem a boca ou morresse afogado, em casos menos severos são retirados membros que nos permitem falar e os pacientes ficam afónicos. Na realidade o tabaco não oferece virilidade mas retira-a dificultando o fluxo sanguíneo no pénis e em muitos casos provoca impotência irreversível. Em grávidas é altamente prejudicial ao bebé e pode provocar severidades para a sua vida futura.

Mas falaremos como o tabaco se tornou tão apelativo para os seres humanos. Para abordarmos este tópico teremos de nos aperceber do método de fumar, e da forma e cores que o cigarro tem. O cigarro na realidade é apenas um pequeno falo, um pequeno pénis se quiserem, em que o fumador se revê nas suas frustrações de infância enquanto bebé que mama no seio da mãe, num bebé que bebe o suco, o leite maternal, e para receber essa dádiva materna tem que esforçar os pulmões e a boca para inalar. Tais sensações estão bem explícitas em qualquer manual de psicologia quando referem a fase oral de uma criança. Ora em adultos temos a necessidade quase libidinosa, ou direi sensual, em mamar, é algo que reprimimos enquanto seres racionais dadas as nossas educações morais. Mas a necessidade que o individuo tem em chupar, ou mamar, está presente em todos os adultos. Tal não deve ser encarado do ponto de vista pornográfico. É uma necessidade latente que guardamos dos momentos afectuosos em que, como mamíferos, mamávamos no seio das nossas progenitoras. Todo o adulto tem uma necessidade latente de chupar, tal vai de encontro aos seus desejos infantis que são reprimidos pela doutrina social.

Então como chupa o adulto? O adulto, que se rege por uma doutrina social altamente restritiva, tenta encontrar outras formas de musculação dos lábios. O homem heterossexual muitas vezes sacia esta ânsia no peito da sua companheira durante os actos amorosos mais íntimos, a mulher e o homem homossexual saciam estes desejos intimamente nos falos dos seus companheiros. Os casais de namorados saciam-no mutuamente ao beijarem-se acaloradamente. Num bebé que já não mama no peito da mãe mas que ainda não é regido por uma doutrina social forte, pode-se constatar que o mesmo beija e coloca na boca diversos objectos fálicos. Quando se tornar adulto, colocará na boca e nos lábios aquilo que a sociedade o permitir, ou então algo mais se tal for feito em privado. É que a zona dos lábios é composta por diversas terminações nervosas, o que nos proporciona prazer quando colocamos algo suave nessa região. Quando chupamos algo, encontramos as ternas sensações de infância.

Ora o cigarro mexe com todos estes factores. A nicotina enquanto substância alcalóide que se encontra no tabaco, poderia ser absorvida pelo organismo por outros meios, mas não traz aquela luxúria latente que é chupar e inalar. Reparem como a ponta dos cigarros onde colocamos os lábios é alaranjada, aumentando assim a luxúria latente, pois o laranja é uma cor forte e emotiva, assemelhando-se à cor da pele na zona do peito feminino e da zona do pénis no homem. Os Ingleses e os Americanos ao proliferarem o tabaco encontraram uma forma mortífera e letal a nível mundial de os adultos poderem saciar de forma autorizada pela doutrina social, os sues ímpetos e as suas ânsias infantis, de foro quase primário ou primordial.

Imagino-me eu, enquanto fumador que era, a chupar, a inalar, a saciar os meus desígnios de infância, enquanto mamava no seio afectuosos da minha progenitora. Chupava, e bebia o suco que do seio jorrava. Eu, enquanto ser heterossexual que sou, na altura sem companheira para poder partilhar os momentos de prazer encontrei no cigarro a funesta sensação afectiva do seio maternal.

Vimos então que o cigarro é poderoso do ponto de vista luxuriante, sensual, primário e afectivo. É semelhante a um pequeno falo, tem a ponta alaranjada que é a cor da pele e é uma cor emotiva, e para fumarmos e inalar o fumo exercitamos os lábios, a língua, as bochechas e a boca em geral, assemelhando-se ao acto terno infantil de mamar. Como o cigarro até há poucos anos era aceite socialmente, e até era visto como um sinal de estatuto social, é natural que a sua proliferação fosse tão abrangente.

Não falaremos agora das sensações erógenas no acto de fumar, falaremos daquilo que quase todos já sabem, que é o facto de o tabaco ter nicotina e esta ser extremamente viciante provocando uma habituação forte. O tabaco contém ainda cerca de seiscentas substâncias químicas altamente cancerígenas e que provocam diversas doenças graves para a saúde.

A nível mundial o tabaco provoca cerca de cinco milhões de mortes por ano, tendo no século vinte provocado cerca de cem milhões de mortes. Simplificando, é como se o tabaco exterminasse uma população de Portugal na totalidade em dois anos. O tabaco matou mais no século vinte que as duas grandes guerras em conjunto.
É que o tabaco enquanto cigarro é altamente letal e tem aquelas características que o tornam tão apelativo e viciante. Sacia os nossos instintos primários ao pudermos chupar algo socialmente aceite, a arte tornou-o um acto de referência, e tem nicotina que o torna extremamente viciante. Os produtos químicos que tem, juntamente com a nicotina, tornam-no altamente prejudicial para a saúde.

Mas já falei dos atractivos do tabaco e do cigarro em particular, o que o tornaram tão apelativo e do mortífero que o tabaco se tornou matando mais gente que as duas guerras mundiais juntas. Mas porquê proliferá-lo? Porquê comercializá-lo tão amplamente como fizeram os Britânicos e os Americanos? A resposta é simples e para tal temos de evocar um pouco da doutrina política internacional que os Ingleses e os Americanos tinham no final das duas grandes guerras no que refere ao petróleo, e temos que conhecer um pouco da teoria evolutiva de Darwin e como o cancro se pode formar.

Ora vejamos, no princípio do século vinte a indústria automóvel estava a crescer, o pioneiro americano que tem o nome numa marca de automóveis começou a produzir carros em série. Os carros necessitavam de gasolina para se mover. Os Ingleses tinham o seu grande império em recessão mas apostavam também na industria automóvel. Aliás, todo o mundo ocidental os seguiu com a proliferação do automóvel, no princípio do século. Mas o automóvel não é a chave aqui, nem o busílis da questão. É-o sim, o motor de explosão interna que é usado no automóvel. O principio da explosão interna permaneceu inalterável desde há cem anos aquando da disseminação do carro com motor de combustão interna. O princípio é simples, é injectado na câmara do motor ar e gasolina, as velas accionam uma faísca, dá-se a explosão e essa energia faz movimentar uns pistões que geram momento inercial num veio ligado às rodas do veículo. Este é o princípio que se mantém desde há cem anos. A questão fundamental aqui é que o motor necessita de um combustível fóssil ou seu derivado, neste caso a gasolina.

Os Americanos estão no início do século a proliferar o automóvel, mas também estavam e sabiam-no que tal seria necessário para fornecer locomoção a todos esses veículos, também estavam a apostar grandemente na indústria da prospecção e exploração de petróleo. O petróleo foi a grande aposta dos Americanos e dos Ingleses ao longo do século vinte, o seu domínio a nível mundial, a sua comercialização e a sua proliferação. Os Americanos exploraram em grande parte esse recurso no Texas, no Alasca, depois voltaram-se para o Médio Oriente e para África. Exploram ainda hoje grandes recursos em África, como Angola ou Nigéria, e no Médio Oriente na Arábia Saudita. Aliás, foi devido ao petróleo que se envolveram na primeira guerra do golfo. O petróleo é então o seu ouro negro. Se o mundo inteiro, se o planeta está espalhado com automóveis, estes necessitam de gasolina que é feita através do petróleo. Se os Americanos e os Ingleses dominam o circuito da prospecção, transporte, refinação e distribuição do petróleo e sues derivados, têm um bem público de que todos necessitam enquanto sociedades industrializadas. O domínio do petróleo é a grande questão. Se o dominarem dominam todos porque todos necessitam do petróleo pois este é o motor da economia nos países industrializados.

O automóvel domina as vias de todo o mundo, tráfego, caos nas urbes de todo o mundo, faz-se pouco pelo transporte colectivo, nos países em desenvolvimento como os da América do Sul, Ásia e África, é o caos constante nas vias públicas devido ao excesso de carros. Os Americanos e os Ingleses souberam espalhar os carros por todo o mundo e incentivar a sua utilização, pois estes dominavam o comércio do produto que os movia: o Petróleo. Incutiram na cultura, como nos filmes o uso dos grandes homens que andam de carro e que fazem as maiores peripécias com carros, publicitaram os seus carros, e na segunda metade do século vinte os seus motores tinham consumos enormes, pois interessava grandes consumos, para incentivar a economia associada ao petróleo. Os Europeus seguiram-nos e mais tarde os países em desenvolvimento, como os da América do Sul, os Africanos e os Asiáticos.

Já falei sobre o tabaco e como este é altamente viciante. Falei agora sobre o domínio do petróleo e a disseminação do automóvel que consome um seu derivado. O que têm em comum? 


Para tal teremos de falar sobre a teoria evolutiva de Darwin ou falar simplesmente da teoria da evolução das espécies ou um pouco de antropologia. Segundo estas teorias amplamente aceites nos dias de hoje, as estirpes, as etnias, as raças, ou direi simplesmente as subespécies são criadas através de uma espécie em comum anterior, e a sua característica única forma-se devido a condições ambientais, da envolvente, de hábitos regularizados e tornados prática comum. Diz-se por exemplo que o antepassado do homem começou a erguer-se quando na savana africana necessitava de se erguer para olhar mais além, ou que se erguia para apanhar frutos de árvores, e que tal provocou uma alteração na zona posterior do cérebro aumentando o volume craniano, e assim por certo a inteligência. Darwin formulou a sua teoria nas ilhas Galápagos ao observar que certas espécies se tinham desviado de um antepassado comum, porque tinham mudado de ilha e este novo ambiente provocou alterações na fisionomia da espécie. Ou seja, as espécies adaptam-se às circunstâncias que as envolvem. Uma cientista formulou em tempos uma teoria que se por exemplo se colocasse uma tribo centro-africana num aldeia rural da Noruega isolada do mundo, em poucas centenas de anos, os descendentes dessa tribo ficariam, se sobrevivessem, todos brancos. Porque a cor da pele está relacionada com a produção de vitaminas que obtemos dos raios solares ao serem absorvidos pela pele. Não podemos produzir nem de mais, nem de menos, por isso a cor da pele é uma adaptação ao meio que nos envolve. Tudo para provar que quando alteramos as nossas condições envolventes, se sobrevivermos, alteramo-nos a nós também para nos adaptarmos. A questão evolutiva é tudo uma questão de adaptação.

Significa, que se a população a nível mundial inalasse tabaco em excesso e esse consumo fosse generalizado, numa dezenas de gerações tínhamos indivíduos muito mais propensos a resistir ao tabaco e à poluição do ar provocada pelos escapes dos carros. O cancro acontece apenas naqueles que não se adaptam, os fracos perecem, os fortes resistem e transmitem essa resistência às gerações vindouras. O cancro sucede nos indivíduos que não se adaptaram ao fumo, à poluição do ar. Porque também a poluição do ar pode provocar cancro do pulmão. Os mais fracos morreram devido a cancros, enquanto aqueles que fumarão durante anos vão criar nos seus genes, nas suas células mutações que lhes permitirão resistir melhor à poluição. Porque quando fumamos limitamo-nos a inalar poluição atmosférica.
Resumindo e simplificando.

  • O tabaco é altamente nocivo para a saúde.
  • É atraente para a libido e é sensual e tem nicotina que o torna ainda mais viciante.
  • Matou cerca de cem milhões de pessoas no século vinte, mais que as duas grandes guerras juntas.
  • Mata cerca de cinco milhões por ano, metade da população Portuguesa
  • Foram proliferados os automóveis pelo mundo inteiro, na maioria com motor de explosão interna que necessitam de gasolina, um derivado do petróleo.
  • Os Americanos e os Ingleses dominam o comércio do petróleo a nível mundial, logo o mundo está dependente deles.
  • Os automóveis a nível mundial e a indústria que usa o petróleo e seus derivados provocam uma poluição atmosférica intensa, extensiva e alargada no planeta.
  • Apenas os seres humanos mais resistentes estariam preparados para a crescente poluição atmosférica do século vinte e um, com países altamente industrializados e dependentes do petróleo a poluírem o planeta intensivamente.
  • Havia no princípio do século vinte que preparar os organismos da população mundial para a poluição do ar.
  • Aproveitou-se o tabaco e disseminou-se o mesmo em cigarros, as suas substâncias químicas são apenas uma mescla para habituar e provocar nos pulmões alterações e mutações nas células, mais céleres para que os indivíduos se habituem mais rapidamente à poluição atmosférica
  • Para os Americanos e Ingleses assassinos e maquiavélicos, os milhões que morreram devido ao tabaco seriam apenas as vítimas da necessária liberdade e democracia que eles trariam ao mundo.
  • Obviamente que tudo isto foi feito no maior dos secretismos.

Simplificando ainda mais, o consumo do tabaco enquanto cigarro provoca cancro mas devido às teorias evolutivas também provoca uma adaptação do organismo que nos torna mais resistente ao fumo. Foi espalhado pelos Ingleses e Americanos em todo o século vinte para que a população mundial resistisse a um mundo super poluído devido ao petróleo e seus derivados que eles controlariam.

Resumindo, os maquiavélicos dos Americanos mataram milhões de pessoas por todo o mundo com o tabaco, apenas porque queriam controlar o mundo, controlando o petróleo. O mundo teria que resistir à poluição, criaram então grandes empresas tabaqueiras e disseminaram os cigarros.

O tabaco vai contra os ideias da Liberdade, Igualdade e Fraternidade porque mata mais pobres que ricos, mais miseráveis e desfavorecidos, mata mais gente no mundo em desenvolvimento do que no mundo ocidental.
Culpo eu então a maçonaria americana e por certo será julgada, não sei se pelos homens se pelo divino, pela morte de milhões de pessoas em todo o mundo, apenas porque queriam ter a hegemonia do planeta.

Para estes actos existe apenas um adjectivo, são uns assassinos em massa, o que os americanos provocaram no século vinte foi um genocídio generalizado.
Deixemos de fumar e deixemos de ser tão dependentes dos combustíveis fósseis.

Em nome da verdadeira Liberdade, devemos então lutar contra a hegemonia americana e contra o seu ideário maquiavélico.

Entre a sexta e a sétima arte


Teço aqui as maravilhosas grafias visuais, utópicas a magnificentes. O desdobramento das imagens, a sua sequência temporal permite ao comum dos visualizadores definirem o observado como vídeo. O vídeo alcançou uma terceira dimensão, o tempo, o tempo intemporal, delimitado e transversal, irremediável e transcendental. O tempo e o mundo rege-se por periodicidades, mas o tempo é contínuo, assim como o cosmos. O Universo teve uma génese, e agora tudo se move, a imagem é quadrangular, tem dois eixos, e o vídeo, o cinema, a sétima arte atingiu uma terceira dimensão, tridimensionou a imagem e permitiu-nos acolher os estímulos de uma forma mais fidedigna, mais emotiva e sensorial.

O cinema, fenomenal e emotivo. propagandista e revelador, despótico e manipulado, ao serviço do mal. Pois a escrita é sim, a verdadeira forma de arte, é a primeira arte, é a primária grafia das sensações. Quem tem a maquinaria para elaborar um filme? Quem tem o poder financeiro para promover um filme? Quem tem o poder verdadeiro propagandeia aquilo que quer que as massas observem.
A escrita é pura e ancestral, pois basta-nos uma simples folha de papel e uma caneta convencional para tecer os ímpetos lascivos extravagantes da alma...

Tecer através de teclados, ou seja teclar, espalhar para a posterioridade os sentimentos pelos quais passávamos, grafar aquilo que presenciávamos, raciocinar, meditar, orar, indagar sobre tudo o que nos rodeia enquanto seres empíricos e racionais e questionar, questionar sobre aquilo que fomos educados a aceitar; é que nem tudo é aquilo que parece, os pedreiros-livres questionaram Deus, questionaram o poder e a omnipresença de uma entidade regente que nos rodeasse e que estabelecesse as leis do equilíbrio Universal, mas não permitem que eu questione aquilo que me rodeia, aquilo que me envolve. Pois questiono ao absorver a sétima maravilhosa arte do filme "O Piano" e questiono porque a ouço, questiono porque é que tenho sete altifalantes no quarto, porque é que tenho uma tela rectangular à minha frente e o porquê da marca ser esta, questiono sobre muito e sobre tantas coisas, e gosto de gravar os sentimentos sensoriais que nos atormentam o ego, a psique, a alma.

A psique é tão poderosa, a mente é poderosíssima, permite-nos alcançar os maiores objectivos e no entanto fomos educados a rejeitar tais conhecimentos ocultos. Os psiquiatras, são os proxenetas institucionalizados pela sociedade que se limitam a onerar as prescrições cujas substâncias químicas o paciente funestamente ingere. A psique é poderosa, e as patologias da psique, termo grego que significa alma, devem ser sanadas através dos desígnios ocultos da mente, dos seus simbolismos e das suas metodologias para incutirem num ser sentimentos altivos ou depressivos. Ouvir esta música d'"O Piano" é uma sintomatologia de que me sinto deveras emocionado com a sua melodia. A sétima arte aqui é maravilhosa, mas continuo a regrar-me a a reger-me pela sexta: A escrita.