Estação de Alcântara-Mar destruída e vandalizada


Quando atravessei as galerias da estação de Alcântara-Mar, nem quis acreditar ao estado a que chegou a estação, que é o principal ponto de transferência, entre a linha de cintura e a linha de Cascais, sendo atravessada diariamente por centenas de pessoas.

Isto revela, que os administradores da CP e/ou da Refer, por certo, não andam nos comboios suburbanos da cidade, andando sim, em opíparas viaturas automóveis pagas pela administração destas empresas públicas.

Bem, relato o que vi:
  • grafitos em todo o lado, não havendo a mais pequena área sem que tenha sido vandalizada
  • escadas rolantes todas desativadas (não sei como fazem as pessoas com mobilidade reduzida)
  • bilheteiras eletrónicas avariadas
  • bilheteiras "físicas" desativadas e vandalizadas
  • esteiras de cabos elétricos completamente enferrujadas
  • cabos elétricos embebidos em água
  • paredes (além de vandalizadas) com o reboco e tinta a cair de podre
  • enormes poças de água na base das escadas rolantes
  • estabelecimentos comerciais vandalizados (o café tem um anúncio a referir aos clientes que fechou por questões óbvias de segurança e higiene)
  • casas de banho (obviamente) fechadas
  • espaço para contadores de água, a fazer de caixotes do lixo
  • poças de água no chão monumentais, devido a graves infiltrações e humidade
  • lâmpadas partidas a desativadas
  • bilheteiras do primeiro piso fechadas para "almoço"
As pessoas, com quem falei, dizem-me que a situação perdura há alguns anos, e que têm havido acidentes graves, com pessoas de terceira idade.

Bem sei que a culpa não pode ser unicamente imputada à CP ou Refer, pois isto é obra da mais nojenta estirpe de vândalos urbanos, mas poderia também haver mais zelo por parte da CP/Refer na segurança destes locais, até porque, veja-se bem, encontrei sistemas de vídeo vigilância.

De referir ainda, que poderá haver também responsabilidades por parte da autarquia de Lisboa, pois esta galeria serve também de acesso pedonal, para quem quer atravessar a linha de Cascais, da zona de Alcântara para a doca de Santos.

Sendo eu assíduo defensor dos transportes públicos, deixo a pergunta: com uma estação destas só os heróis e os pobres, é que se atrevem a ter vontade de andar de transportes públicos!

Expositor comercial partido

Galerias cheias de grafitos


Portas para acessos técnicos vandalizadas

Paredes com o reboco e tinta a cair de podre


Espaço para torneiras a fazer de lixeira


Escadas rolantes desativadas



Caixotes de lixo vandalizados


Bilheteiras eletrónicas avariadas

Bilheteiras "físicas" fechadas e vandalizadas










Cablagem elétrica solta e à vista

Humidade grave e escoamente de águas
a ir diretamente para o chão


Montras vandalizadas
 
Café fechado
Anúncio aos clientes da razão "óbvia" do fecho

Sistema de vídeo "vigilância"

Sinalética partida


A única bilheteira fechada para "almoço"


Casas de banho fechadas

Lâmpadas partidas

Esteiras de cabos elétricos completamente enferrujadas




Poça de água com 10cm de altura
na base das escadas rolantes




De referir por último que este é o primeiro contacto que milhares de turistas estrangeiros têm com os transportes públicos portugueses quando desembarcam no terminal de cruzeiros de Alcântara ou na Rocha de Conde de Óbidos, à procura de chegar a Cascais ou à Baixa.

6 comentários:

  1. Enviei esta missiva à CP, à REFER e à CML.

    Resposta da REFER:
    "Ex mo. Senhor João Ferreira,

    Reportando à sua comunicação de 10 de abril de 2013, cujo conteúdo mereceu a nossa melhor atenção, informamos que a gestão e manutenção da passagem inferior pedonal (PIP) que dá acesso à Estação de Alcântara-Mar, é da responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa, entidade à qual têm sido reportadas as muitas reclamações que nos têm chegado e com a qual a REFER tem vindo a desenvolver as diligências necessárias para a resolução da maioria dos problemas reportados na comunicação de VEx.ª.

    Mais se informa que as escadas rolantes desta estação atingiram o seu limite de vida útil estando neste momento a decorrer um estudo para o desenvolvimento de solução alternativa.

    Relativamente aos problemas de inundação aparentemente são da responsabilidade da EPAL (recente rebentamento de uma conduta da EPAL nesta zona) e, segundo temos conhecimento, a autarquia já se encontra em contacto com esta entidade para a resolução do mesmo.

    Por último, informamos que já foi solicitado um pedido de reforço, ao prestador de serviços para uma atuação mais eficaz , na limpeza deste espaço.

    Gostaríamos ainda de agradecer a sua comunicação que entendemos como um contributo para a melhoria da nossa ação no compromisso de melhor servir o caminho-de-ferro e os seus utentes.

    Com os melhores cumprimentos,"

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  2. Resposta da CP

    "Ex.mo(a) Senhor(a),

    Acusamos a receção das comunicações de V. Ex.ª, merecedoras da nossa melhor atenção.

    Relativamente ao exposto, informamos que, a gestão da passagem inferior da estação de Alcântara-Mar, é da competência da Câmara Municipal de Lisboa, entidade com a qual têm vindo a ser efetuados contactos no sentido de ser corrigida a situação.

    No que se refere ao funcionamento das máquinas de venda automática, esclarecemos que nem sempre é possível garantir a sua completa operacionalidade, por má utilização das mesmas e sobretudo devido a atos de vandalismo.

    Acrescentamos ainda que é sempre com interesse que acolhemos as críticas dos nossos clientes, que possam contribuir para a melhoria da qualidade do serviço prestado.

    Lamentando o sucedido e os transtornos causados, apresentamos os nossos melhores cumprimentos."

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  3. Tive hoje resposta da CML que partilho:

    "Exmo. Senhor

    João Pimentel Ferreira,

    Encarrega-me o Senhor Vereador da Mobilidade e Infraestruturas Viárias, Professor Fernando Nunes da Silva de acusar a recepção do seu e-mail mencionado em epígrafe, o qual mereceu a sua melhor atenção e informar que tem conhecimento da situação à qual está bastante sensível.

    Sem dúvida que a passagem subterrânea tornou-se um foco de insalubridade e insegurança, ficando quase intransitável para quem a utiliza, quer quotidianamente, quer por pessoas que o façam eventualmente aos fim-de-semana.

    Um dos problemas de fundo identificados tinha a ver com o aparecimento de água, problema que está ser resolvido através da obras que têm decorrido nas Avenida da Índia / Avenida 24 de Julho, efectuadas pela EPAL, e cujo final está previsto no presente mês.

    No que respeita à solução a adoptar realizou-se uma reunião com a REFER e outros serviços da Câmara para além deste pelouro, tendo-se considerado a possibilidade de eliminar as escadas rolantes e construir uma rampa em ambos os lados da passagem (Alcântara Terra e Alcântara Mar). Ficou então a UIT (Unidade de Intervenção Territorial) Ocidental de desenvolver o projecto, recolher os pareceres necessários e preparar a sua execução.

    Informa-se ainda que a referida rampa está estudada para que os carros do lixo de menor dimensão possam percorrer todo o espaço, mantendo o espaço limpo, assim como deverá cumprir todas as normas para acesso a pessoa de mobilidade reduzida.

    A UIT já fez contactos com a esquadra do Calvário, sendo possível assegurar uma maior vigilância com a deslocação de polícia para o local.

    Solicitamos assim um pouco mais de paciência para a concretização de todo este programa e agradecemos a sua contribuição cívica.

    Com os melhores cumprimentos,"

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  4. Outra resposta da CML:

    Exmo. Sr. João Pimentel Ferreira

    Muito agradecemos desde já o envio à Câmara Municipal de Lisboa (CML) da informação relativa à PPSA (Passagem Pedonal Subterrânea de Alcântara).

    Para o bom funcionamento da cidade a actuação diária da CML é indispensável e a intervenção atenta dos cidadãos com uma atitude de cidadania, contribui de forma inequívoca para a melhoria contínua dos serviços públicos que prestamos.

    As anomalias que descreve sobre o estado de conservação da PPSA é bastante pertinente, muito embora, dado tempo decorrido desde o envio da sua comunicação, esteja pontualmente desactualizada, pois alguns dos problemas descritos já foram parcialmente resolvidos, tanto pelos serviços municipais como pelos parceiros da CML neste processo, nomeadamente a REFER e a CP.

    A CML está atenta ao estado de conservação e funcionamento da PPSA e tem actuado para minorar alguns dos problemas existentes, considerados de maior gravidade, neste equipamento municipal.

    A PPSA é uma importante estrutura urbana, que serve diferentes utentes e é útil a várias entidades, e assim sendo estamos a envolver no processo de recuperação deste equipamento parceiros externos ao município, bem como vários serviços da CML, nomeadamente da UCT/UITOc (Unidade de Coordenação Territorial/Unidade de Intervenção Territorial Ocidental) que tem coordenado as intervenções já efectuadas e as que planeamos que ocorram num futuro próximo.

    Estão previstas uma série de outras intervenções a curto e a médio prazo, que contribuirão para progressivamente inverter o actual estado da PPSA.

    Uma vez mais, o nosso agradecimento pela forma atenta como olha para os problemas (anomalias) da nossa cidade.

    Melhores cumprimentos

    João de Sá Machado

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  5. Tantos anos passaram e continua na mesma!

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  6. A máscara, neste momento, é o que nos salva em certos dias, em que o cheiro é nauseabundo! Nos primeiros anos, ainda pensei que fosse algo provisório mas, depois de tantos anos, só pode ser para dissuadirem os passageiros de passar por alí. Um autêntico antro, para não falar também das dificuldades de descer e subir escadas com malas ou com limitações motoras como se vê tanta gente!

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