A psicologia evolutiva na iconografia clubística


O Leão no Marquês de Pombal,
local de celebração do campeonato.
A Águia em Entrecampos.
Porque não celebra aqui o Benfica?

Confesso, que, como total leigo no mundo do futebol, faz-me confusão, o Benfica, cujo símbolo magno é uma águia, celebrar a vitória do campeonato de Portugal num local, cuja iconografia principal é um Leão, sinal do poder, neste caso atribuído ao Marquês de Pombal. 

As iconografias clubísticas são conhecidas, mesmo internacionalmente, por apelarem aos elementos da fauna. Tal, tem uma tradição na psicologia evolutiva. O embate entre clubes, mais não é que um resquício primitivo e civilizado, das batalhas travadas entre os guerreiros das tribos no Paleolítico. Os adeptos, mais não são que os outros elementos da tribo, não pertencentes à classe guerreira. A derrota da batalha poderia tão-simplesmente significar a aniquilação de todos os elementos da tribo e por conseguinte a extinção, daí a devoção marcadamente irracional, que os adeptos demonstram na defesa dos seus guerreiros. A psicologia evolutiva, explica assim, de forma cristalina, o fenómeno social do futebol e de todos os desportos ditos de massas.

O uso da iconografia por seu lado, é conhecido desde a antiga Roma, que fazia uso da águia, sinal dos povos indo-europeus; por outro lado o leão, era conhecido desde a antiguidade como sinal de força e grandiosidade, por todos os povos semitas; assim a dicotomia águia-leão, é conhecida desde a antiguidade. As tribos no Paleolítico faziam uso da simbologia animal, principalmente dos animais que veneravam, por estes serem poderosos, perigosos ou por terem características que fascinavam os homens. O leão, que conviveu com o Homo Sapiens durante milhões de anos, é conhecido dos zoólogos por ser perigoso e feroz; e a águia-real, sendo uma ave de rapina de hábitos diurnos com uma enorme envergadura de asas que consegue voar a elevada altitude, deveria, durante milhões de anos, ter criado um enorme fascínio no Homem arcaico, pois o habitat desta é geograficamente muito comum aos locais de migração e de evolução do Homem arcaico. Mas há outros ícones, por exemplo, certas tribos da Ásia idolatram o jacaré, outras a pantera. Não é preciso ler Maquiavel para se saber através da psicologia, que existe um vínculo psicológico muito forte entre medo e respeito. E feita uma análise elementar aos símbolos dos grandes clubes de futebol, em todos eles, a iconografia animal faz quase sempre referência a um animal feroz.

Dito isto, digo apenas que não compreendo a razão do Benfica celebrar a vitória do campeonato de Portugal no Marquês de Pombal, quando existe uma Águia emblemática em Entrecampos, no Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular.

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