Missiva pública a um magno Poeta passionalmente obcecado


Caro Rui Pedro

A Inês com que se obcecou
http://pedro-procura-ines.blogspot.com/
Vi a tua história algures no espaço cibernético, aquando de uma pesquisa histórica de Pedro e Inês, e não pude deixar de me impressionar.

Não vou aqui evocar as questões amorosas de foro obsessivo que tens por uma mulher que tu denominaste Inês.

Aquilo que me deixou extasiado, e tal não posso deixar de referir, é a tua qualidade poética elevada, rimática e versal, inigualável e pouco ortodoxa considerando os tempos contemporâneos.

A Inês, por muito que a amasses, foi mais um propósito para a fama fácil ao sensibilizares a vernaculidade popular das velhinhas da verborreica Júlia e do misógino Gouxa. O que interessa caro Rui, é que a tua Poesia é de uma nobreza literária excelsa, e cumpre os requisitos das mais elevadas estrofes.

Tão bem que te compreendo, pois também eu sou Poeta, com livros editados de Poesia e com blogues com literacia profusa. Escrever poemas às demais é um ímpeto natural, primordial, e cumpre tão-somente os desígnios divinos e metafísicos do Amor, aquando do espalhamento dos genes do macho pelas fêmeas circundantes. A poesia é apenas o veículo do cortejo, qual pavão que mostra as penas coloridas e brilhantes, revelando fertilidade e altivez, características irresistíveis a qualquer fêmea.

Como Poeta que sou padeço, das mesmas patologias psíquicas que te afligem, no entanto cabe-me a fidelidade à minha companheira que amo e a quem dedico os meus versos.

Também já sofri de obsessões patológicas do foro passional por uma idílica mulher do Báltico, e eliminei-as com uma bela, serena, exuberante e voluptuosa morena Portuguesa com nome eslavo com que me uni maritalmente.

O meu conselho pedagógico e medicinal é para te reencontrares, procurando-te a ti mesmo pelas tuas origens geográficas e parentais, procurares salutarmente uma mulher que não provoque em ti sensações luxuriantes, mas de serenidade, amicais e amorosas, e dedicares os teus poemas ao povo Português, às nobres cidades do mundo, ao fado, às históricas estórias de Amor, aos mosteiros, e à amada com que te unires.

É que a humanidade judaico-cristã a que tu pertences, reitere veementemente através dos seus missionários, que a poligamia é uma heresia condenável pelas mais altas doutrinas.

Encontra alguém que verdadeiramente ames, porque obsessão não é amor, e rogo-te, continua a escrever Poesia.

Cumprimentos poético-literários

João Pimentel Ferreira

www.joaopimentel.pt
VerusVeritas.org

Sem comentários:

Enviar um comentário