Pedro Santa Lopes é reconduzido como provedor da Santa Casa da Misericórdia


Fui voluntário para a Santa Casa da Misericórdia durante duas ocasiões. A primeira no polo do Bairro Alto, onde lecionei matemática a senhoras reformadas, que queriam regressar ao sistema de ensino. Alguns anos mais tarde, no polo do bairro da Boavista, a um jovem filho de pais imigrantes que tinha graves problemas de aprendizagem na disciplina. Sinto-me violentamente desrespeitado no meu trabalho voluntário, cívico, caritário e filantropo, por saber que mais uma vez, o Dr. Pedro Santana Lopes, será reconduzido como provedor desta nobre instituição. Sinto-me humilhado e sinto o meu trabalho completamente desprezado por uma elite político-partidária que usa esta nobre instituição filantrópica, apenas para fins de jogos de mediatismo das figuras públicas ligadas ao aparelho partidário dos membros do governo.

Não me refiro à pessoa do Dr. Santana Lopes enquanto advogado, político ou cidadão, refiro-me ao Dr. Santana Lopes, enquanto homem caridoso, cristão, com um percurso de trabalho voluntário ou filantrópico. Escolher alguém que é sobejamente conhecido por ser um Casanova que gosta de passar o seu tempo em festins noturnos, que gosta de conviver em eventos ligados à aristocracia lisbonesa ou figueirense, que teve um percurso profissional como advogado (sabemos como os advogados não são propriamente conhecidos pelo seu serviço caritário) e que o vemos amiúde, não nas campanhas do Banco Alimentar contra a Fome, mas nas revistas cor-de-rosa; demonstra que afinal "a ala dos Namorados" estava certa, e que a terra gira ao contrário!

Ver um Casanova a fazer Caridade, seria como ver a JPMorgan dirigida por um Franciscano! Rasguei o meu cartão de voluntário da Santa Casa da Misericórdia e cessei nesse dia todas as minhas atividades de voluntário, como professor de matemática, quando soube há 3 anos, que o Dr. Pedro Santana Lopes, cuja carreira profissional e percurso político estão nos antípodas da filantropia e Caridade, foi indigitado para o cargo! Uma instituição com mais de 500 anos "a fazer o bem" tão nobre como a Santa Casa não merecia isto.

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