Internet vs redes sociais


Há muita gente que comete o erro comum de confundir redes sociais, que indubitavelmente alavancam o efeito de manada na turba ao qual a psicologia evolutiva dedica grande parte do seu estudo, com Internet em geral, onde há plataformas onde reinam a civilidade e urbanidade no debate público e onde qualquer trol ou grunho são imediatamente expulsos. Alguns bons exemplos são sítios que usam as plataformas Discourse ou Disqus.

A Internet é o espelho aumentado, libertário e freudiano da sociedade: tem crime, prostituição, pedofilia, proselitismo, devassa, cultura, mecenato, solidariedade, informação, ciência, saber, arte, cinema, terrorismo, pornografia, bricolagem, programação ou economia. Enfim, estão na Internet desde as coisas mais nobres até às mais terríveis que o Homem alguma vez concebeu. Desde a maior enciclopédia alguma vez redigida e coligida cujo acervo e rigor ultrapassa em muitos milhões de caracteres o acervo da biblioteca de Alexandria, até aos vídeos de ódio e decapitações ao vivo mais desprezíveis e horrendos do estado islâmico. A Humanidade é a mesma, o Homem o mesmo, do reino animal, do filo dos cordados, da classe dos mamíferos, da ordem dos primatas e da família hominídea, e portanto não há nem desilusão nem deslumbramento perante a raça humana. Há sim que aproveitar as maravilhas que a tecnologia providencia para os atos mais mundanos, como requerer um táxi até ao local exato onde nos encontramos. Ou ainda usar a Internet para os atos que a Humanidade civilizada considera desde há muito nobres, como a educação, a arte ou a cultura, e assim vermos um bom documentário no YouTube ou encomendarmos um bom livro na Amazon. 

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