A mediocriade académica dos políticos em Portugal


Sabemos que Sócrates, aquele que regeu o nosso país durante seis anos, era Engenheiro de domingo pela Universidade Independente, instituição de ensino superior que devido à sua elevada credibilidade científica e académica, teve que fechar portas; foi sucedido então por um dr. denominado Passos Coelho, que ao que parece se licenciou aos 37 anos pela credível e mui respeitada academicamente Universidade Lusíada de Lisboa; o PS ficou então órfão, e como salvador messiânico dos desígnios socialistas surge então um tal António José Seguro, licenciado pela Universidade Autónoma de Lisboa, mais uma instituição respeitável da nossa praça pelo seu elevado nível de exigência académica; mas o PS; leia-se Partido Socialista, teoricamente acérrimo defensor do ensino público; é pródigo neste género de quadros académicos vindo do ensino superior privado. Armando Vara a título de exemplo é licenciado pela Universidade Independente em Relações Internacionais, diploma que obteve  com cerca de 50 anos; mas o PSD também é bastante profícuo neste género de graduados, por exemplo, Miguel Relvas, presente ministro dos assuntos parlamentares, licenciou-se com cerca de 50 anos pela Universidade Lusófona.

Esquecendo agora o paradigma sobre a dicotomia entre ensino superior público, muito mais exigente, e privado, muito mais laxista, encontra-se também um padrão interessante na nossa classe dirigente: a advocacia ou o direito! Pedro Mota Soares é advogado, José Pedro-Aguiar Branco também, Alberto Martins assim o é; Mário Soares, Jorge Sampaio e Pedro Santana Lopes são-no; e também o são Duarte Lima e Jorge Lacão, assim como Paulo Portas, Assunção Cristas e Paula Teixeira da Cruz. Já para não falarmos do sociólogo Augusto Santos Silva e do filósofo Francisco Assis.

Ou seja, o país que temos mede-se pelo nível dos políticos que escolhemos nas urnas, por um lado escolhemos medíocres que compram cursos e que se licenciam em meia idade por universidades sem qualquer prestígio académico; e os outros mais inteligentes das academias públicas de ensino que nunca aprenderam na vida a fazer contas muito mais complexas que somar e subtrair, e que se regem essencialmente por padrões de rétorica na área da advocacia que os faz defender com acérrimo empenho o povo português junto das instâncias internacionais assim como quem defende um homicida pedófilo junto de um juiz.

Já por sinal, os governos dos países ricos do norte da Europa são regidos por homens e mulheres da ciência e dos números. Angela Merkel, líder do país que reina na Europa, estudou física na universidade de Leipzig e trabalhou como química posteriormente. Fredrik Reinfeldt, primeiro-ministro sueco é licenciado em Economia pela Universidade de Estocolmo, Jens Stoltenberg primeiro-ministro norueguês é também economista pela Universidade de Oslo e Elio Di Rupo primeiro-minsitro belga formou-se em Química. É que há uns que são engenheiros e economistas no norte e incrementam a produção; e depois há os advogados do sul, dos serviços e do sector terciário, que não trazem qualquer valor tecnológico acrescentado, que se limitam a consumir o que os outros produzem. E tal até está bem patente nas classes políticas europeias que vamos tendo.

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